Depois da Irlanda, da Grécia e de Portugal, chegou a vez da Itália, depois quem sabe da França, da Espanha, da Bélgica e da própria Alemanha. Há medida que a derrocada alastra pela Europa, mais absurdo é o argumento de que "nos temos que afastar da Grécia". As politicas austeritárias que são apresentadas como a "inevitável" solução afinal mais não são do que um remédio Friedmaniano que se apresenta como o maior problema para o desenvolvimento económico e social das democracias ocidentais.
O círculo vicioso da austeridade recessiva provoca uma espiral de empobrecimento e uma das maiores transferências de sempre da história do capitalismo dos rendimentos do trabalho para o capital. Se alguém quer perceber a globalização austeritária que se impõe cada vez mais no mundo ocidental deve conhecer a tese de Naomi Klein sobre a "doutrina do choque". Sem ter em consideração a doutrina económica neoliberal inspirada em Von Hayek e Milton Friedman, a mesma que devastou a America Latina nos anos 70 e 80 do século passado via FMI, "Consenso de Whashington" e "Chicago Boys" não é possível compreender como caminhamos rapidamente para a globalização da pobreza.
Em Portugal, os discursos políticos, mediáticos e científicos (?) sobre a crise atingem uma dimensão de surrealidade. Para o Primeiro Ministro Passos Coelho é preciso "empobrecer" para "crescer". Um racíocinio ad absurdo. Para a ciência económica (?) inserida no paradima dominante (essa que pulula por aí nas televisões nacionais) é preciso implementar doses maciças de austeridade para endireitar as finanças públicas, como se a austeridade pudesse ser aplicada, assim, literalmente, a "coisas" que não reagem e que se confundem com pessoas.
António José Seguro (um vazio político) o novo líder do PS, veio ontem à televisão advertir várias vezes que é preciso uma "justa repartição dos sacrifícios" (substituto funcional dos tempos actuais do discurso centrado na justa repartição da riqueza). E coisas como a renegociação da dívida pública e privada, o adiamento dos prazos de pagamento num tempo alargado, o fim imediato do absurdo das políticas recessivas de austeridade, são autênticos diabos quando defendidos pelo Bloco de Esquerda e o PCP e coisas sensatas decorrentes da evolução para o "novo contexto" quando na boca dos defensores da austeridade "inteligente" e "digna".
Há cinco simples coisas que não resolvendo os gigantescos problemas em que estamos metidos melhoravam certamente a situação da Europa. A primeira coisa era alargar os prazos de pagamento da dívida e melhorar as condições de pagamento baixando os juros da dita cuja "soberana" (um absurdo linguístico) para níveis aceitáveis. A segunda, acabar de vez com as políticas de austeridade que levam à recessão e são altamente destrutivas das economias nacionais. A terceira, era pôr o BCE na dependência dos governos Europeus e construir mecanismos institucionais de regulação política dos mercados. A quarta coisa é a Europa voltar a defender a democracia e a tomada de decisão democrática à escala dos povos que a constituem (a democracia está a desaparecer da Europa já repararam?). A quinta é a mais difícil. Quem nos trouxe até aqui não nos vai tirar daqui. Era preciso não só democratizar as instituições europeias, como mudar de alto a baixo o pessoal político no poder. Estas "simples" cinco coisas não solucionavam a grande questão do funcionamento demoníaco do capitalismo global, mas tornavam-no certamente mais suportável.
O círculo vicioso da austeridade recessiva provoca uma espiral de empobrecimento e uma das maiores transferências de sempre da história do capitalismo dos rendimentos do trabalho para o capital. Se alguém quer perceber a globalização austeritária que se impõe cada vez mais no mundo ocidental deve conhecer a tese de Naomi Klein sobre a "doutrina do choque". Sem ter em consideração a doutrina económica neoliberal inspirada em Von Hayek e Milton Friedman, a mesma que devastou a America Latina nos anos 70 e 80 do século passado via FMI, "Consenso de Whashington" e "Chicago Boys" não é possível compreender como caminhamos rapidamente para a globalização da pobreza.
Em Portugal, os discursos políticos, mediáticos e científicos (?) sobre a crise atingem uma dimensão de surrealidade. Para o Primeiro Ministro Passos Coelho é preciso "empobrecer" para "crescer". Um racíocinio ad absurdo. Para a ciência económica (?) inserida no paradima dominante (essa que pulula por aí nas televisões nacionais) é preciso implementar doses maciças de austeridade para endireitar as finanças públicas, como se a austeridade pudesse ser aplicada, assim, literalmente, a "coisas" que não reagem e que se confundem com pessoas.
António José Seguro (um vazio político) o novo líder do PS, veio ontem à televisão advertir várias vezes que é preciso uma "justa repartição dos sacrifícios" (substituto funcional dos tempos actuais do discurso centrado na justa repartição da riqueza). E coisas como a renegociação da dívida pública e privada, o adiamento dos prazos de pagamento num tempo alargado, o fim imediato do absurdo das políticas recessivas de austeridade, são autênticos diabos quando defendidos pelo Bloco de Esquerda e o PCP e coisas sensatas decorrentes da evolução para o "novo contexto" quando na boca dos defensores da austeridade "inteligente" e "digna".
Há cinco simples coisas que não resolvendo os gigantescos problemas em que estamos metidos melhoravam certamente a situação da Europa. A primeira coisa era alargar os prazos de pagamento da dívida e melhorar as condições de pagamento baixando os juros da dita cuja "soberana" (um absurdo linguístico) para níveis aceitáveis. A segunda, acabar de vez com as políticas de austeridade que levam à recessão e são altamente destrutivas das economias nacionais. A terceira, era pôr o BCE na dependência dos governos Europeus e construir mecanismos institucionais de regulação política dos mercados. A quarta coisa é a Europa voltar a defender a democracia e a tomada de decisão democrática à escala dos povos que a constituem (a democracia está a desaparecer da Europa já repararam?). A quinta é a mais difícil. Quem nos trouxe até aqui não nos vai tirar daqui. Era preciso não só democratizar as instituições europeias, como mudar de alto a baixo o pessoal político no poder. Estas "simples" cinco coisas não solucionavam a grande questão do funcionamento demoníaco do capitalismo global, mas tornavam-no certamente mais suportável.
Há um probleminha João.Aonde vão os povos vítimas de tanta brutalidade austeritária buscar força política para conseguir impor a mezinha paliativa das 5 medidas?
ResponderEliminarConhece o discurso do Zizec no Zucotti Park em NW? Falta a tinta vermelha.É esse o nosso drama.
Há um probleminha João.Aonde vão os povos vítimas de tanta brutalidade austeritária buscar força política para conseguir impor a mezinha paliativa das 5 medidas?
ResponderEliminarConhece o discurso do Zizec no Zucotti Park em NW? Falta a tinta vermelha.É esse o nosso drama.
Vítor Aleixo