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segunda-feira, outubro 20, 2014

A Autarquia Ao Serviço Do Partido: Um Ano De Governação Do Socialista Vítor Aleixo

 
Passado um ano da tomada do poder pelo partido socialista em Loulé que balanço se pode fazer da sua governação? O balanço é claro, mudaram os donos das cadeiras do poder mas a prática política não se alterou substancialmente e pode-se dizer que em alguns do maus aspectos da anterior governação foram mesmo muito mais rápidos a pôr em prática aquilo de que os cidadãos tinham francas expectativas de que iria mudar. Desde logo, a autarquia ao serviço do partido. A distribuição de lugares pelos boys do partido, pelos familiares e amigos impressiona até os menos atentos a estas coisas. As empresas municipais que o Bloco de Esquerda (esse partido que não existe em Loulé a não ser como apêndice do PS) sugeriu ao partido socialista para fundir, são afinal excelentes lugares à disposição dos membros do partido e uns óptimos espaços de elevadas remunerações e regalias. Gente competente e muito qualificada foi preterida pelos encartados do partido. O slogan ninguém ficará para trás aplica-se na perfeição se entendido no sentido de "ninguém do partido socialista ficará para trás". Depois foi a aprovação do Continente em Quarteira com uma declaração de voto cheia de manigâncias entre o senhor presidente da autarquia e o seu Vice-Presidente ao nível das manigâncias entre o Dr. Paulo Portas e Dr. Passos Coelho a quando da aprovação de cada Orçamento de Estado. Leiam a declaração de voto do Dr. Hugo Nunes para se aperceberem do que estou a falar. Ao IKEA, esse gigante multinacional que vai ser uma máquina trituradora de empregos na região, os socialistas também foram dando uma no cravo e outra na ferradura optando finalmente por estar do lado do capitalismo ultraliberal. Um dos primeiros actos do pelouro do ambiente foi uma poda massiva das árvores de Loulé ao nível do pior que tinha feito o anterior executivo e tanta polémica tinha gerado na cidade, o que é revelador do respeito que esta gente (não) tem pelos cidadãos e pela forma como trata os recursos públicos e ambientais. Não vale a pena consultar os cidadãos sobre a "desmontagem" de pinheiros no parque municipal porque as árvores da cidade ainda não têm partido político. As comemorações do 25 de Abril na cidade estão claramente controladas pelo partido socialista. Para assistir ao auto inaugural foi preciso reclamar à porta do Cine-Teatro Louletano para poder assistir em igualdade de condições com qualquer outro cidadão ao que lá se iria passar. O culto das "obras", culto de qualquer autarca digno desse nome, gerou um novo mamarracho de gosto discutível em frente ao Castelo de Loulé (pago com o dinheiro dos contribuintes). Uma aposta no Estado policial que de forma consciente ou inconsciente leva ao investimento prioritário em esquadras da polícia quando se assiste a uma vandalização autêntica do Estado Social. A arrogância do executivo com boa parte dos cidadãos é outra marca clara da sua governação. Vejamos o que ganhei eu com a mudança deste executivo municipal. O vereador do lixo espetou-me com um contentor do lixo à porta da cozinha contra minha vontade e à sucapa às 7 horas da manhã e perante a minha reclamação disse-me que eu é que era lixo e mandou-me ir para tribunal. O Vice-Presidente da autarquia perante a minha reclamação insistente disse-me que eu não sabia educar o meu filho, nas barbas deste, que este ainda não tem. O senhor Presidente da autarquia telefonou-me directamente para o telemóvel a dizer-me que não me recebia na Câmara Municipal num encontro que tinha requerido à sua secretária como revanche do meu protesto. Uma faixa foi roubada da minha propriedade privada que dizia "Obrigado Vítor Aleixo pelo lixo à porta de casa". A quando dos protestos aos ministros da direita radical que o senhor presidente recebe na autarquia lá me deparo eu com ordens para a polícia me reprimir. Aspectos positivos? Uma certa aposta na cultura que perece ser genuína e uma defesa das "questões sociais" que infelizmente não passa de um paliativo quase insignificante da destruição sistémica da vida das pessoas. O orçamento participativo sendo em princípio uma boa coisa pode-se facilmente transformar numa certa ilusão de participação quando a democracia chegou ao fim. Tudo isto somado não chega para fazer uma boa governação. O que espanta é como tudo isto se passou em tão pouco tempo. O ziguezague e o namoro (com contornos de indecência) entre a esquerda e a direita do Dr. Vítor Aleixo arrisca-se a dar muito mau resultado.

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