O discurso anti-partidos atingiu o seu culminar esta última semana quando chegou ao mais alto topo do aparelho de Estado. Cavaco Silva exigiu aos "partidos" que salvassem a nação, ele obviamente um homem do povo "fora" dos partidos e agora contra eles. Alberto João Jardim vilipendiou os partidos afirmando em seguida que o seu partido é a "Madeira". Eu percebo que não há razão alguma para não vilipendiar a partidocracia que temos mas infelizmente não há democracia tal como a conhecemos sem partidos. Sem partidos, restam os "consensos bafientos" e portanto, a ditadura. Qua as mais altas figuras de Estado que sempre viveram à conta dos partidos se revoltem contra si próprios é obra. Outra coisa ainda é a utilização da célebre expressão "são todos iguais" para desvalorizar as criminosas políticas do Governo PSD/CDS e descansar a consciência. O "são todos iguais" servirá aqui, talvez, para apagar da memória a colocação do voto em urna nas últimas eleições e quem sabe se esta célebre conclusão não servirá em Setembro para legitimar a repetição do acto. Aqui por Loulé, a gente vê-os por aí nas listas partidárias e pasma. Ou talvez não.
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