Deambular pela cidade de Loulé é uma oportunidade sempre boa do confronto com a realidade da vida das pessoas no quotidiano. Ao fim de semana o centro de Loulé é ocupado pelos pobres e pelos idosos. Um dia encontrei o Caldeira que me disse que agora não tem casa. Que dorme numa casa abandonada e que o seu maior problema é o banho. Tomar banho era já uma grande coisa. Pede-me uma moedinha como sempre. Ou melhor, já nem pede porque faço questão de me antecipar ao pedido e de lha dar. Outro dia um senhor já de idade avançada que me disse estar a dormir numa caravana. Prometi-lhe que falaria com o Presidente da Junta e como o prometido é devido este mandou-me falar com as irmãs (não sei quem são) e disse-me para "sinalizar" o caso. Conclusão percebi que não se pode ser sem abrigo na cidade de Loulé. Ontem falei com uma senhora de meia idade que tem ido às manifestações em Loulé que me pediu cartazes para as colegas de formação. Disse-me que estas não estão muito viradas para manifestações. Vive com 150 euros que é o que recebe para frequentar a acção de formação. Disse-me que às vezes tem difivuldade em comprar comida e vai pedir ás irmãs que segundo me disse acha que ela consegue sobreviver com tal fortuna. Acabámos a nossa conversa com uma conclusão. Não se pode viver com 150 euros. Vim para casa a pensar que eu no lugar do senhor Presidente da Câmara Municipal já estaria empenhado em montar uma estrutura de acolhimento para os Sem Abrigo e de apoio às populações mais desfavorecidas no Concelho de Loulé para fazer face à calamidade. Andará o senhor Presidente da Câmara e o PSD Loulé preocupado com isso?
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