Qual é o rating das agências de rating? Parece que já há quem na União Europeia queira processar judicialmente as agências de ratting por possíveis erros de avaliação. Mais vale tarde do que nunca. É preciso chegar ao estado de moribundo, para haver uma intenção de reacção. Já aqui tinha dito e escrito, se estas agências são o equivalente a bombas atómicas financeiras e têm a capacidade de um momento para o outro de devorar Estados e a vida de milhões de pessoas então elas têm que ser (inter) nacionalizadas e ficarem debaixo da alçada do interesse público.
A banca portuguesa anda agora numa roda viva e Ricardo Salgado já veio dizer que as notações dos Estados estão a "afectar" a notação da banca. Esqueceu-se foi de dizer que foram as aventuras da banca que "afectaram" as notações dos Estados. O círculo vicioso do austeritarismo depressivo não vai deixar quase ninguém de pé. E é provável que os profetas da austeridade venham em tempos próximos chorar em cima do austeritarismo.
Se alguma coisa se aprendeu com esta brutal crise económica e social é que não se aprendeu nada com a dita cuja. Não se regulou coisa nenhuma que por aí andava de rédea solta e os ciclos destrutivos do capitalismo de casino são isto mesmo, cíclicos. A aventura não fica por aqui. Avançamos enormemente na evolução científica e técnica, talvez tenhamos avançado muito pouco na capacidade de gestão das interdependências humanas e sociais e na necessidade de construção de uma coexistência humana vivida com dignidade. A radioactividade já chegou a Lisboa.
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