1. Ao nível nacional - A greve geral foi a maior de sempre da História da Sociedade Portuguesa. Nunca até aos dias de ontem tinha havido uma greve com esta dimensão em Portugal. Como sempre, apareceram alguns membros do governo a centrarem a questão na "guerra dos números" e a desvalorizarem a dimensão do protesto. No actual contexto político a maior parte dos membros do governo só ouve aquilo que quer e entende, o que a maior parte das vezes, é nada. A cada português uma vuvuzela é a única solução para o governo de Sócrates. A mensagem subjacente na dimensão da greve, essa já ninguém a tira.
2. A nível local - Positivo 1: O artigo de opinião do socialista Vitor Aleixo no jornal O Louletano justificando a sua adesão à greve. Totalmente de acordo com a opinião expressa no artigo. Afinal ainda há por cá Socialistas. Positivo 2: Ricardo Tomás e o Clube de Quarteira Socialista de discussão política. Pertinente a ideia, necessária mais do que nunca a discussão política, excelente a iniciativa, boa escolha dos dois primeiros temas. Vamos ver se este sinal de abertura, não é mais um fecho partidário, em torno agora, de outras personagens do partido. Se não fôr apenas isso, o caminho é mesmo esse.
2.1. A nível local - Negativo 1 - O último artigo do dr. Emídio nas (faço esta ressalva entre parenteses porque não encontro adjectivação para tão ilustre recanto jornalístico) colunas reservadas para autarcas no Correio da Manhã. A sua crença nos indivíduos e nas suas capacidades, é o neoliberalismo na sua versão mais pura. Tanta inconsciência de teoria política deveria ser interdita na política. Ficava-lhe muito bem a medicina. Negativo 2 - As afirmações do dr. Emídio que abrem a página do jornal O Louletano: "É preciso fazer mais com menos". Acredito que sim, mas assim eu também era governante de qualquer coisa. Passar a responsabilidade social e política para quem tem que resolver os problemas no terreno e justificar ideologicamente a escassez de recursos, lavando daí as suas mãos como Pilatos o fez perante a condenação à morte de Jesus Cristo, é uma boa forma de acabar com qualquer mínimo de responsabilidade colectiva. O mais ultraliberal dos autarcas do Algarve é o dr. Emídio. E aposto que ele nem sabe disso.
3. A nível internacional - O plano de austeridade do governo Irlandês prevê uma redução do défice público de 32% para 3% em quatro anos. Vai haver sangue, suor, lágrimas e explosão social na Irlanda e a seguir, mesmo já a seguir, é a vez de Portugal. A greve geral foi só o início da luta gigantesca que aí se adivinha. Como já aqui referi, Marx tinha razão. Hoje partilho de uma parte da sua profecia. Isto só lá vai não só com muita agitação, mas com a revolução. Não quero de forma alguma dizer com isto, venha daí o sistema comunista, mas os neoconservadores neoliberais que aqui nos conduziram e que agora nos vendem o "austeritarismo" para sair da crise, têm que por qualquer meio, ser destítuidos dos cargos de poder, ou pelo menos deixarem de "mandar" em quem está em posições de "poder", sob pena de qualquer dia a globalização da miséria deixar o zé povinho sem capacidade de reagir . Um dos caminhos é a luta política; mas já não sei (tenho dúvidas) se no actual estado de coisas, ela chegará, só por si, para isso.
4. Aos quarenta anos de idade, o actual contexto político fez de mim um mini Che Guevara do Algarve. Nunca imaginei que isso acontecesse e muito menos perante a governação de um governo socialista (associalista é talvez o termo mais correcto). É já Sexta-feira a Marcha da Indignação. Faça como eu, mexa-se e proteste, que os autarcas do Algarve, andam por cá, a fazer turismo.
Ver mais aqui: http://viadoinfante2010.blogspot.com/
PS: A foto foi copiada do blogue Comissão de Utentes da Via do Infante. Volto a colocá-la, porque a escolha da foto não é feita ao acaso. É que ela é uma excelente metáfora.
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quarta-feira, novembro 24, 2010
Notas de Um Dia de Greve
Faço da vida um caminho em que a felicidade está nas pequenas grandes coisas que o mundo nos permite desfrutar.
"Carpe Diem"
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BEM COLOCADA A "METÁFORA"!
ResponderEliminarNa verdade, se não pagamos morremos, ou aplicamos a Moratória, isto no plano nacional falando.
Já no plano local e quanto à Mobilidade na Região justifica-se plenamente a Luta pela Mobilidade Plena e nem Bloqueios em nome da Economia e da Saúde Pública.
Pagar Portagem ou Morrer numa Via Sinistra não constitui alternativa para gente pensante e de bom-senso.
Assim sendo, perante obtusos políticos, serão os Cidadãos a demonstrar o Óbvio!