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sábado, outubro 02, 2010

Tempos de Incerteza

Depois da política ter hipotecado o futuro das futuras gerações e de nada nos garantir um futuro melhor do que o passado (bem pelo contrário) não é de descartar a hipótese de assistirmos a convulsões sociais inimagináveis desde o 25 de abril de 74. Não se pode pôr de parte os perigos de um golpe militar, do regresso de uma ditadura, do poder cair na rua ou mesmo da hipótese de uma possível guerra civil. Não sou futurólogo, mas as estórias da história humana permitem-nos tudo menos dormir descansados. Desculpem lá o pessimismo, mas entre o optimismo da vontade e o pessimismo da razão é este último que parece estar no topo do ranking da miséria política contemporânea.

1 comentário:

  1. João acredita mesmo na possibilidade de golpes de estado? De resto para quê ? Para que ordem "nova" instaurar ? Que interesses diferentes protegeria dos que já hoje são leoninamente protegidos?
    Você imagina ou concebe alguma parte do universo militar a escapar ao controle da máquina do poder?

    Não estaremos nós a viver um momento áureo de afirmação desapiedada da força do sistema capitalista? Sabemos ou não que nos encontramos ainda num ciclo de afirmação vitoriosa dos poderes da riqueza altamente concentrada ?
    João nos momentos em que a história parece acelerar e as mudanças ocorrem o decisivo sempre foram as ideias que preparam e abriram esses caminhos.Pois bem, vivemos hoje um desses tempos.Só que as ideias dominantes reproduzidas pelos larguíssimos milhões de dominados não são propriamente as suas próprias e aí radica toda a miséria dos tempos que vivemos.O baixo e o médio,o pobre, o remediado e até o que se vai saindo bem vivem,falam e sonham sem a mínima consciência do seu lugar na sociedade.De certa maneira a hegemonia gramsciana existe e tem uma força descomunal mas mas a sua natureza está totalmente ao serviço dos poderosos. Talvez assim resulte compreensível por que motivo são sempre as pitonisas do costume:Medinas "em fim de" Carreira;Joões Duques ,Hernânis,Cantigas,Salgueiros,Césares das Neve e outros artolas com que não simpatizo... os únicos chamados a botar opinião nas televisões e jornais.
    Numa sociedade de democracia pobre como é aquela em que hoje vivemos confrontamo-nos com a dificuldade de produzir um pensamento de oposição e a quase impossibilidade de o tornar hegemónico na sociedade.
    Para já não há esperança.
    E aqui estou consigo:Optimista na acção e pessimista no pensamento.

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