1. Começo por um fait-divers. Ouvi hoje numa TV nacional que a Federação Portuguesa de Futebol vai reunir com o objectivo de despedir Carlos Queiroz. Gosto muito desta forma da tomada de decisão. Decide-se do despedimento e reune-se para anunciar a tomada de decisão já anteriormente tomada. Viva a democracia da Federação Portuguesa de Futebol. Não seria grave, se esta forma da tomada de decisão não fosse a nova moda da racionalidade gestionária.
2. Passo agora às coisas sérias. A democracia portuguesa está ferida de morte. A decisão de Bruxelas, através dos ministros do Ecofin, de sujeitar a aprovação do orçamento de Estado nacional ao crivo da União Europeia é a mais grave recessão da democracia nacional desde o 25 de Abril de 1974. Instâncias não democráticas como o FMI, a OMC, Banco Mundial e Banco Central Europeu dizem qual o caminho. Os governos só têm que fazer os "ajustamentos estruturais". A economia despreza a política. Com a conivência política do PS, do PSD, do CDS e do senhor Presidente da República. Há dias lia uma notícia de jornal que rezava mais ou menos assim: "Política de restrição orçamental agrava situação da Grécia. Governo Grego vai implementar novas medidas de restrição orçamental". A democracia na Europa e nos governos nacionais já viveu melhores dias. Deveras preocupante.
3. Hoje dei comigo a pensar o que há de comum entre a "revolta do pão" em Moçambique; a "expulsão dos ciganos e outros" por Sarkozy e Berlusconi em França e Itália; os 100 mil professores que sairam em massa à rua no anterior mandato de Sócrates e o massivo abate de árvores levado a cabo pelo governo de Seruca Emídio, no concelho de Loulé. E aquilo que há de comum é claro. O poder instalado nos dias de hoje é arrogante, autocrata e governa ao arrepio das necessidades e interesses da maioria da população. Fome em Moçambique? Aumenta-se o preço do pão. Cidadãos manifestam-se contra a deportação dos ciganos? A decisão não volta para trás. Os professores dizem-se massivamente agredidos na sua dignidade profissional? Os pais e os alunos utilizam-se para tomar decisões contra os professores. Cidadãos indignam-se pelo abate de árvores continuado no Concelho de Loulé? Pois que se abatam o resto das árvores que restam na cidade. Nunca a democracia formal chegou a tanto ponto do globo terrestre, mas no actual contexto histórico-social, ela é bem mal tratada, por uma boa parte dos governantes, hoje no poder. Se a definição da demo cracia, é a de governar, na boa tradição Rousseauniana, em nome da vontade geral do povo, a nova concepção de democracia, instalada na cabeça dos nossos governantes, parece ser, a de governar sem povo. E se se começasse a reunir para democratizar a democracia? Seria isso uma perda de tempo?
2. Passo agora às coisas sérias. A democracia portuguesa está ferida de morte. A decisão de Bruxelas, através dos ministros do Ecofin, de sujeitar a aprovação do orçamento de Estado nacional ao crivo da União Europeia é a mais grave recessão da democracia nacional desde o 25 de Abril de 1974. Instâncias não democráticas como o FMI, a OMC, Banco Mundial e Banco Central Europeu dizem qual o caminho. Os governos só têm que fazer os "ajustamentos estruturais". A economia despreza a política. Com a conivência política do PS, do PSD, do CDS e do senhor Presidente da República. Há dias lia uma notícia de jornal que rezava mais ou menos assim: "Política de restrição orçamental agrava situação da Grécia. Governo Grego vai implementar novas medidas de restrição orçamental". A democracia na Europa e nos governos nacionais já viveu melhores dias. Deveras preocupante.
3. Hoje dei comigo a pensar o que há de comum entre a "revolta do pão" em Moçambique; a "expulsão dos ciganos e outros" por Sarkozy e Berlusconi em França e Itália; os 100 mil professores que sairam em massa à rua no anterior mandato de Sócrates e o massivo abate de árvores levado a cabo pelo governo de Seruca Emídio, no concelho de Loulé. E aquilo que há de comum é claro. O poder instalado nos dias de hoje é arrogante, autocrata e governa ao arrepio das necessidades e interesses da maioria da população. Fome em Moçambique? Aumenta-se o preço do pão. Cidadãos manifestam-se contra a deportação dos ciganos? A decisão não volta para trás. Os professores dizem-se massivamente agredidos na sua dignidade profissional? Os pais e os alunos utilizam-se para tomar decisões contra os professores. Cidadãos indignam-se pelo abate de árvores continuado no Concelho de Loulé? Pois que se abatam o resto das árvores que restam na cidade. Nunca a democracia formal chegou a tanto ponto do globo terrestre, mas no actual contexto histórico-social, ela é bem mal tratada, por uma boa parte dos governantes, hoje no poder. Se a definição da demo cracia, é a de governar, na boa tradição Rousseauniana, em nome da vontade geral do povo, a nova concepção de democracia, instalada na cabeça dos nossos governantes, parece ser, a de governar sem povo. E se se começasse a reunir para democratizar a democracia? Seria isso uma perda de tempo?
Não, João... Não seria uma perda de tempo.
ResponderEliminarÉ urgente democratizar esta democracia rastejante perante a voz do grande capital nacional e estrangeiro...
O mundo está a ser comandado por um conjunto de trapaceiros... sem outra escola que não a da fidelidade total aos interesses financeiros e económicos... e em proveito próprio... pois claro!...