Sócrates veio ao Algarve anúnciar a requalificação da estrada nacional 125, invocando e bem, razões de segurança rodoviária e de requalificação ambiental da paisagem.
O remédio encontrado, foi o da construção de uma panóplia de rotundas (gostei do termo utilizado por um dos homens das Estradas de Portugal), pois parece que os círculos alcatroados, efectivamente, contribuem para a redução da sinistralidade rodoviária.
A autarquia Louletana, por sua vez, regressou aos anos do cavaquismo e aplica agora com mais de uma década de "atraso", as políticas do alcatrão, em paralelo, verdade seja dita, com as políticas de betanização acelerada na "modernização" do concelho.
São largos, os milhões de euros a serem gastos nas terras de Loulé, com o impacto que o alcatrão sempre tem no "desenvolvimento" da vida das populações.
Do que não ouvi ninguém falar, foi do desenvolvimento de políticas de transporte ferroviário, centrais para o desenvolvimento sustentável da região, nem tão pouco em retirar o trânsito do centro da cidade, com a promoção de parques automóveis acessíveis e de baixo preço a servir os cidadãos da cidade.
Para a mobilidade dos peões, pouco ou nada se ouviu na política local, muito menos ainda sobre políticas fomentadoras da mobilidade das populações com problemas de deficiencia (não são poucos os obstáculos na cidade e um pouco por todo o concelho) ou ainda de corredores de transporte que incentivem a mobilidade em patins ou em bicicletas a pedal, como se vê um pouco por todas essas cidades da Europa.
A rede ferroviária está mesmo pelas ruas da amargura e as ligações de transportes públicos deixam muito a desejar.
Sobre as políticas do alcatrão vale a pena pensar sobre as consequências do tráfego automóvel.
Retirado do relatório sobre a CONTRIBUIÇÃO DAS EMISSÕES RODOVIÁRIAS NA
QUALIDADE DO AR DA CIDADE DO PORTO
Relatório elaborado pelo Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro e pelo Department of Atmospheric Environment, National Environment Research Institute, Frederiksborgvej 399, DK-4000 Roskilde, Denmark.
"Apesar dos recentes desenvolvimentos na produção de combustíveis mais amigos do ambiente e da constante preocupação na construção de veículos menos poluentes, a poluição atmosférica resultante do tráfego rodoviário é um problema crescente nas áreas metropolitanas, tanto nos países em desenvolvimento como nos países desenvolvidos. Esta provoca efeitos prejudiciais à saúde humana, afectando os sistemas respiratório e circulatório, sendo também uma das causas
do cancro do pulmão (WHO, 1999).
A circulação automóvel provoca a emissão de partículas para a atmosfera, quer de uma forma directa, quer pela existência de transformações gás partícula.
Actualmente, um dos aspectos mais críticos associados à qualidade do ar relaciona-se
com o elevado número de excedências da concentração de partículas na atmosfera que são detectadas em Portugal pelas redes de monitorização da qualidade do ar relativamente à legislação em vigor (Instituto do Ambiente, 2003)."
http://www.cesam.ua.pt/files/OliveiraC%20CNA04.pdf
O Tráfego Automóvel e as Alterações Climáticas
As políticas do alcatrão: Políticas do passado ou políticas do futuro?
É pela Via Algarviana que devemos ir. Parabéns aos seus mentores.
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