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sexta-feira, março 28, 2008

Ainda o abate de árvores na cidade de Loulé

Quando a lógica de manutenção do poder se sobrepõe à cidadania ambiental

Abate de Árvores na Avenida José da Costa Mealha
Loulé, Março de 2008



Texto retirado do blogue dos Vereadores do PS Loulé:

"Vereadores PS tecem duras críticas e avançam com proposta de replantação durante os próximos 60 dias.
Mais de dois anos após um primeiro protesto, os vereadores do PS voltaram hoje a confrontar o presidente da câmara a quem responsabilizaram pelo abate de mais de duzentas árvores nas avenidas Mota Pinto e Sá Carneiro.
“…verdadeira aberração, nunca vista em nenhum município de Portugal” assim foi classificada a forma encontrada pelos responsáveis municipais para resolver os graves problemas de falta de estacionamento automóvel na cidade de Quarteira.
Na reunião pública de câmara que hoje se realizou em Quarteira aqueles vereadores apresentaram uma proposta na qual se pedia a revisão: urgentemente da prática laxista no que respeita ao abate de árvores em meio urbano” e recomendaram “ que perante casos de derrube absolutamente necessários se proceda à plantação exemplar do dobro das unidades abatidas, de preferência nas imediações próximas.
A proposta concluía com um segundo ponto de acordo com o qual a câmara deveria, no decurso dos próximos sessenta dias, proceder à plantação nas avenidas Mota Pinto e Sá Carneiro de tantas árvores quanto as abatidas."

A proposta foi rejeitada pelo executivo camarário.

Há uma lógica megalómana que sugere uma obsessão em deixar marcas históricas na cidade, à imagem do poder do momento.

Se a cidade, do ponto de vista da recuperação do património arquitectónico, tem sido objecto de uma intervenção de louvar, sobretudo no seu centro histórico, esta mesma lógica, por desconhecimento ou por ignorância de alguns dos seus mentores, colide com a urgente necessidade da conservação do seu recurso actualmente mais valioso, a sua qualidade ambiental.

A preocupação com a estética da cidade não poderia nunca sobrepôr-se à destruição ambiental do seu património natural.

A História encarregar-se-á no futuro de fazer as leituras do passado.

Sugere-se a leitura do último relatório de Desenvolvimento Humano (2007-2008) sobre o impacto das Alterações Climáticas na vida quotidiana dos cidadãos em todo o mundo.

PS (post-scriptum): A ideia da iluminação total dos passeios centrais da Avenida José da Costa Mealha sendo esteticamente interessante, fica mais bonita sem dúvida, é um duplo desastre do ponto de vista ambiental. Desastre, desde logo, pelo abate das árvores, e desastre, ainda, pelo aumento de ineficiência energética, onde de resto, já somos em Portugal, campeões da Europa.

2 comentários:

  1. Plenamente concordante.

    A conservação do património arquitectónico e o arranjo urbanístico em que esta Câmara até tem sido diligente, não constitui alíbi suificiente para a barbárie ambiental a que assistimos.

    Bom post João.

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  2. Trata-se de uma teimosa intenção de deixar marca futura. Com isto o Sr. Presidente fica associado às aquilo que no presente o cidadão consciente e responsável deve combater se deseja um futuro saudável e ambientalmente sustentável: O abate vegetal e desperdício de água!
    Como munícipe sinto revolta e vergonha desta intervenção "estética" na Avenida José da Costa Mealha!

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