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terça-feira, janeiro 19, 2010

O Declínio do Pequeno Comércio

Joseph Shumpeter fez a acutilante sugestão de compreendermos o capitalismo na sua lógica de "destruição criativa". Quando apareceram os automóveis Ford assentes na potência do motor e os mesmos se massificaram um pouco por todo o mundo, o meu avô, que a minha alma nunca há-de esquecer, teve, naturalmente, que encerrar a oficina de ferrar as "mulas". Infelizmente, esta é uma estória que se aplica analogamente ao pequeno comércio. Se não tiver capacidade de se reinventar criativamente, a passagem da era das "mulas" para a era do Alfa Pendular, fará só por si, com que os dias sejam difíceis. Mas para além da própria dinâmica interna do sistema capitalista associada à lógica da destruição criativa, existem as políticas e os politicos que com as suas prioridades ajudam com maior ou menor intensidade ao caminho progressivo do "enterro". A mão direita dos políticos encharca o território de grandes superficíes comerciais muito para lá do que a capacidade dos territórios suporta, ao belo gosto e interesse das grandes multinacionais e a mão caritativa da política local estende passadeiras vermelhas, para cada vez mais, menos gente, passear pelo comércio local. Podem bem fazer todas as noites brancas do mundo, mercadinhos sofridos de fim de semana e empresas especializadas no controlo da pequena burguesia comercial que os dias estão pintados de negro. Venha daí mais uma grande superfície comercial. Ou, como diz a música, venham mais cinco de uma assentada, já não faz grande diferença.

2 comentários:

  1. que pena não continuarmos todos a ir ferrar as nossas mulas, a "estacioná-las" à porta das mercearias, a ter as mães em casa a cuidar dos filhos e dos velhotes, etc, etc....

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  2. Caro anónimo,

    Não vale apena pôr palavras na minha boca que eu não disse. De demagogia barata estamos todos cheios.

    Assinado: João Martins

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