A propósito de uma leitura no suplemento do Público de 29 de Setembro de 2013 "SOS na zona pobre" queria dizer ao PS do Dr. Vítor Aleixo que me têm chegado relatos de pessoas em dificuldade e a cair na maior miséria (a passar fome mesmo) completamente abandonadas pelas estruturas de apoio social do Estado. O slogan "Ninguém fica para trás" para ser cumprido de forma minimamente decente deveria ter como princípio a construção de uma estrutura local que tivesse como objectivo principal garantir que ninguém passa fome no concelho, que toda a gente tenha acesso a uma saúde mínima garantida, que toda a gente tenha direito a uma habitação condigna e que essas pessoas sejam apoiadas em direcção a programas de formação e emprego. Em Loulé o Estado está a falhar, a autarquia não responde de todo às necessidades da população mais pobre da cidade e não é a caridade de um qualquer presidente de junta de freguesia, de um qualquer presidente de Câmara ou de um qualquer vereador que substitui a intervenção do Estado. Ninguém ficará para trás é começar por aqui. Do que conheço do funcionamento do apoio social em Loulé não me dá garantias de que possamos dormir descansados. Os relatos que me chegam são deveras preocupantes. Do que me contaram da forma como alguns supostos técnicos de acção social olham para os pobres e para a pobreza e a forma como eu próprio fui abandonado como um cão rafeiro pela gente do PS Loulé à porta da escola do meu filho em defesa da escola pública leva-me a olhar com a maior apreensão para a inércia que por aí circula.
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