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domingo, setembro 23, 2012

15 de Setembro, Um Passo Atrás Na Vida Da Troika, Um Grande Passo Na Defesa Da Democracia



Dia 15 de Setembro de 2012 vai ficar na História como uma das maiores manifestações de cidadania política e social da sociedade portuguesa. Perto de 1 milhão de pessoas saiu à rua para dizer basta às políticas de austeridade da Troika e do governo PSD/CDS. Mas não foi só um basta em relação a isso. De alguma forma o corte da relação entre representantes e representados atingiu o seu ponto máximo na manifestação de descontentamento deste dia. Nunca mais as coisas ficarão na mesma. A percepção pública em relação aos efeitos das políticas desastrosas de austeridade modificou-se. A partir deste dia não mais nos podem vender o discurso do sofrimento como salvação. Que empobrecer é bom para todos nós e que o "bom povo português" é tolerante, pacífico e compreensivo face ao desastre que lhe é politicamente imposto. A dimensão dos desafios que se colocam ao nosso país e aos nossos destinos individuais e colectivos é gigantesca. Trata-se de alguma forma, para uma boa parte de nós da batalha das nossas vidas. É urgente acabar de uma vez por todas com o círculo vicioso da austeridade recessiva. A austeridade é o problema. É preciso ter coragem para romper com o memorando da Troika. Vai ser preciso coragem para se necessário reconhecer que é melhor sair do euro do que nos mantermos com uma moeda que nos destrói a vida e hipoteca o futuro. É preciso defender a democracia com unhas e dentes e fazê-la sobrepor-se ao capitalismo selvagem.  É preciso rejeitar firmemente políticos e políticas que deprezam os valores mais básicos do respeito pelos direitos humanos  e pela dignidade humana em prole de carreiras burotecnocratas nas instâncias canibalizantes do capital financeiro internacional. É preciso sair à rua, sairmos muito à rua para deixarmos de ser meros espectadores das nossas vidas e para nos tornarmos donos do nosso destino. É preciso instituir na arena pública o homo implicado. É tempo de aprender a fazer escolhas sabendo que há escolhas que são irredutivelmente inconciliáveis.

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