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domingo, outubro 05, 2008

Da Poda Das Árvores da Cidade

Loulé, Setembro de 2008

Nota: Clique em cima da imagem para ampliação.

Árvore Aberta

Dobrei teus pulsos a dura aranha
do teu corpo
a tua árvore
faca que rasgou a barreira do ventre
a tua face abrindo-se como um barco
amei-te tempestade de ossos e de nervos
contra ti
contra ti

exílio
pátria sobre o chão
e fuga

furiosa e suave lâmina animada
bebida a jactos
aranha alta e linda
enclavinhada
destilando o suor a baba o vinho a seiva
o estrépito da primavera
de uma árvore que se abre
no silêncio.

António Ramos Rosa


2 comentários:

  1. ÁRVORE QUE NÃO CANSA

    Sabes o que é a luta? Embora pises
    areia ardendo e cimentos
    aflorando pontas de lança?
    - É a árvore que não se cansa
    de dar folhas, frutos, rebentos,
    com lanhos no tronco e nas raízes.

    Luta em ti, fora de ti, na rua,
    porque lutando
    a árvore que não se cansa será tua.

    E, enquanto a vida queira e possa,
    luta sempre, porque lutando
    a árvore que não se cansa será nossa!

    Luís Veiga Leitão

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  2. Agradeço o poema. Mais um que não conhecia e que presta uma bela homenagem à luta pela sobrevivência do património arbóreo da cidade.
    Abraço
    João Martins

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