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domingo, julho 23, 2006

O Ethos ambiental dos nossos autarcas

Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses mostrou em todo o seu esplendor o pensamento comum à maior parte dos autarcas portugueses sobre as questões ambientais.

Diz-nos este senhor para não hesitarmos e "corrermos com os fiscais do ambiente à pedrada".

É lamentável que este senhor represente os autarcas portugueses e ainda mais lamentável que esta seja a visão do mundo que predomina na cabeça da maior parte dos nossos autarcas.

Não tomando a nuvem por Juno nem a àrvore pela floresta, o desordenamento do território em todo o país é tal que deixa envergonhado qualquer cidadão de um país que se queira civilizado.

Numa altura em que o PROTAL está em cima da mesa das negociações, aquilo de que mais se queixam os nossos autarcas é dessa "moda do ambiente" como entrave ao desenvolvimento económico, sendo que na óptica da maioria desses senhores desenvolvimento é igual a crescimento económico.

Basta dar um passeio pelo litoral e vemos que é possível em Quarteira construir prédios de dez andares dentro da areia (caso da última construção antes de chegar ao Forte Novo).
É possível ver vivendas a caírem para dentro de àgua na praia de Vale do Lobo (num claro atentado ambiental à erosão costeira).
É possível ainda nas Dunas Douradas construir vinte apartamentos a cinco metros das dunas de areia (coisa só possível com "compadrios" na aprovação das licenças de construção).

Entre projectos estruturantes e de interesse "vital" para a "Região" e a construção de Marinas ao longo da costa algarvia o caminho que se está a seguir não é claramente o do ordenamento da Orla Costeira, mas sim o de continuar a "betanização" do que falta cimentar em cima das àguas algarvias.

Pelo menos houve o decoro dos custos económicos do desinvestimento ambiental em Vale de Lobo terem desta vez sido suportados pelos próprios privados que exploram essa costa, pois da última intervenção tinham sido em parte os dinheiros públicos a custear os interesses privados que lucram com o negócio.

Hoje, dia 23/07/2006 fui expulso por um segurança da empresa Prosecom das Dunas Douradas quando tentava estacionar o carro para ir à praia.
Os senhores estão a construir 10 apartamentos em "cima" da àgua do mar e já se sentem donos da antiga praia "As Três Marias".

É mais um caso grave de apropriação privada do espaço público e a tentativa de apropriação da praia para "ricos" clientes expulsando o "povo" da dita cuja.

Grave do ponto de vista da democracia. Não acha, senhor Presidente da Câmara Municipal de Loulé?

João Martins

3 comentários:

  1. O desordenamento territorial continua a imperar e assim há-de continuar enquanto servir os interesses de uma certa gente. Ainda este fim-de-semana na costa vicentina em Aljezur, lá numa das praias, havia casas construidas numa falésia, algumas delas vocacionadas para o comércio.
    Para finalizar a praia das "Três Marias" é para onde eu vou também e esses pseudo chico-espertos que nem pensem que eu vou deixar de ir para lá.

    Um Abraço e boa semana,

    Pedro Gonçalves.

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  2. E volto a perguntar ...

    Não acha Sr. Presidente da CM Loulé?????

    Estou mais uma vez de pleno acordo contigo!

    BOM FDS!

    Bjks da Matilde

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  3. Na minha opinião acho que hoje em dia existe coisas no concelho de loulé que nao se consegue perceber tal como até fora do concelho...Situaçoes que se compreendem pelo simples facto deste país funcionar pelas cunhas.

    post by bobba fett

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