A crise actual em torno do preço do petróleo devido aos disparates de George W. Bush e da administração Norte-Americana com as ameaças ao Irão, tem servido de pretexto para um poderoso lobbie económico forçar a entrada de centrais nucleares em Portugal.
É do conhecimento geral que o petróleo sendo uma fonte de energia não-renovável estará esgotado dentro dos próximos 50 anos.
É também do conhecimento geral que a implementação, funcionamento, manutenção e desmantelamento das centrais nucleares acarretam custos económicos, financeiros, sociais e ambientais que só uma forma de organização do trabalho de excelência pode evitar os riscos e perigos de desastre económico, ambiental e social.
O acidente de Chernobill na Ucrânia fez 20 anos na semana passada.
Da cidade só restaram os fantasmas e alguns velhos regressados ao seu chão natal, de cuja separação sentem que faria mais mal à sua existência social e pessoal do que qualquer morte lenta de médio e longo prazo por contaminação ambiental.
Chernobill deixou milhares de mortos, níveis elevadíssimos de radioactividade espalhados por várias partes do globo terrestre e milhares de pessoas marcadas por doenças associadas à libertação das radiações.
Os Espanhóis aqui ao nosso lado, começaram hoje a desmantelar a primeira das suas nove centrais nucleares prevendo fechar as outras oito nas próximas duas décadas.
Os nossos governantes porque, como sempre, acham que estamos "atrasados" nas questões do nuclear e porque a alta do preço do petróleo pressiona ainda mais o maldito "problema do défice nacional", começam a deixar-se namorar e a ser seduzidos pelos abutres económicos do negócio nuclear.
Mais uma vez a falta de cultura ambiental dos nosssos governantes pode vir a fazer com que a lógica meramente economicista possa vir a prevalecer.
Pela minha parte caros amigos, nuclear não obrigado!
Por muito que me argumentem com a o elevado nível de desenvolvimento técnico e com a sofisticação das novas centrais depois de Chernobill, aquilo de que tenho a certeza é que na maior parte dos acidentes de carácter técnico, são "erros humanos" que estão por detrás dos mesmos e esses são bem mais difíceis de controlar.
Porque não investir seriamente nas energias ditas "alternativas"? Porque não apostar em força na energia solar ?
No Algarve só mesmo a ignorância e a miopia ambiental permitem não apostar no belo sol com que os deuses nos permiaram.
Não teriam o governo central e as autarquias um papel fundamental para esta revolução cultural?
Poderia ser que assim a moda das Agendas 21 nas estratégias das autarquias não ficasse pelo mero ambientalismo prescrito e que passássemos a cuidar daquilo que mais precioso temos à nossa volta e que a mãe natureza nos deu.
A propósito, alguma mente iluminada da autarquia Louletana mandou cortar as árvores em frente ao Mercado Municipal de Loulé. Será ignorância política ou crime ambiental?
É que a lógica que leva a semear cimento e alcatrão nas nossas cidades destruindo arvores com largos anos de vida é a mesma que adere cegamente ao petróleo na costa algarvia e à paixão pelo nuclear.
Para quando o ambiente a incorporar a centralidade das políticas públicas nacionais e municipais?
Abraços e bom 1º de Maio. Comemorem bem o dia e já agora...reflitam sobre o significado histórico desta data, pois sem memória não há história que resista.
Abraços
João Martins
João eu ainda tinha algumas dúvidas acerca da questão da energia nuclear, mas depois de ler o seu post fiquei com a certeza que mais vale não arriscar.
ResponderEliminarPasse em http://www.million-against-nuclear.net/ e assine a petição contra a energia nuclear que eu vou fazer o mesmo.
Um Abraço,
Pedro Gonçalves.
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