O Correio da Manhã denunciou esta semana que a Santa Casa da Misericórdia de Loulé despediu uma trabalhadora após esta ter apanhado Covid19. A denúncia é de uma enorme gravidade e a ser verdade constitui um violento acto de discriminação no trabalho e um atentado claro aos direitos no trabalho. Questionado pelo Correio da Manhã, o Provedor da Santa Casa de Loulé, limitou-se a dizer que "a senhora começou a faltar ao trabalho" e recusou-se a prestar mais esclarecimentos sobre o caso. Nos jornais locais e regionais o assunto é uma não notícia, vá-se lá saber porquê. Provavelmente não sindicalizada, esta trabalhadora está entregue a si própria face ao silêncio dos sindicatos. O Partido Comunista Português em Loulé é uma ficção e não tem representação na Assembleia Municipal. O Bloco de Esquerda em Loulé com a sua inexistência social não está para incomodar os poderes instituídos e pedir esclarecimentos sobre o caso. E o resto dos partidos em Loulé tem mais que fazer do que defender a vida dos cidadãos. O caso acresce de gravidade pelo estigma que está a ser lançado sobre a trabalhadora infectada numa lógica que culpabiliza a própria por ter contraído a doença. Esta flagrante injustiça deveria ser um exemplo claro do que não poderia acontecer no mundo do trabalho em contexto de pandemia e se houvesse partidos dignos desse nome, merecia ser levada à Assembleia da República para ser discutida ao mais alto nível. Infelizmente, a vida partidária, é hoje, o reino dos eunucos. Não há grande esperança.
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