Percebemos que chegámos ao fundo do poço (do esgoto é o termo mais certo) em Portugal quando nos apercebemos que o país é governado por meia dúzia de famílias. Quando percebemos que na terra onde vivemos a democracia é uma farsa. Quando deixamos que essa meia duzia de famílias governe despoticamente o país. Quando a distribuição de posições e lugares tem como destino a família, as gentes do partido, os amigos e os amigos dos amigos. Quando a meritocracia é distribuída segundo o critério dos "seus". Quando a "democracia" é apropriada sem pudor, sem desplante e sem vergonha por uma elite despótica que confunde a democracia com a casa da tia. Nesse dia percebemos que os valores do mérito, do trabalho, da dedicação, do empenho e da entrega a uma causa ou a uma profissão não passa de uma ilusão de óptica. Nesse dia percebemos que nada disso vale a pena, que isso a que chamam democracia não passa de uma fantochada e compreendemos melhor que quando fomos alvo das perseguições do pessoal político dos partidos, do achincalhamento, da maledicência e da desqualificação como forma de vida que afinal Portugal é mesmo "deles". Triste Portugal. É ler o artigo do João Miguel Tavares de quem me situo nos antípodas política e ideologicamente mas que tem carradas de razão. Isto a que chegámos já é mesmo normal?
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