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quarta-feira, março 11, 2015

A paixão pela educação do Dr. Vítor Aleixo e o desastre educativo na escola do meu filho na cidade de Loulé

Quem ouvisse as declarações fervorosas do Dr. Vítor Aleixo na abertura deste ano letivo sobre a educação estaria longe de imaginar a catástrofe que é deixar um filho seu nas escolas do ensino básico da sua zona de residência. Já não falo da reunião dos pais com a direcção da escola onde anda o meu filho que marcada para as 17 horas da tarde começou às 19h30m quando o senhor director se lembrou de aparecer e quando todos os pais já tinham abandonado o local da reunião menos eu. Se com a minha teimosia nesse acto inaugural consegui que as actividades extracurriculares não fossem por ali colocadas ao monte no meio das disciplinas hoje consideradas fundamentais já valeu a pena ter dito à auxiliar que ia montar a tenda de campismo à porta da escola até que o senhor director aparecesse para a reunião. Não falo disso. Falo do experimentalismo pedagógico que a direcção da escola decidiu implementar que está a gerar um verdadeiro caos na educação das crianças. Onde havia estabilidade associada à monodocência o senhor director resolveu "experimentar" a instabilidade e a pluridocência que isto de estarmos em ano de exames nacionais aquilo que está mesmo a pedir são "inovações". Resultado óbvio, duas das melhores professoras da escola tiveram que meter baixa uma vez que não aguentaram a pressão, vem aí a caminho a quarta professora dos miúdos da turma; elevada concentração de alunos num espaço reduzido; vigilantes a pedir a transferência para onde haverá com certeza menos confusão; grupos organizados de alunos que agridem e prometem tareia organizada nos outros com as auxiliares educativas sem saber como proceder; reprovações a um bom nível e pais e professores desorientados sem saber o que fazer face às proporções que a coisa está a ganhar. Colocado o problema à direcção da escola, fiquei horrorizado com a resposta. Parece que o problema reside apenas e só num aluno desestabilizador e o problema resolver-se-ia chamando o 112 e internando a criança. Sugeri que a Câmara Municipal de Loulé colocasse mais pessoas a vigiar o espaço e as crianças mas isso é óbvio que a paixão pela educação do Dr. Vítor Aleixo ainda não chega lá. Nem me atrevo a sugerir que se organize pedagogicamente o espaço do recreio de forma aos miúdos não ficarem entregues a si próprios que isso é com certeza uma proposta muito radical e arrojada para os tempos que correm. Não bastava já uma escola de influência Cratina organizada para o insucesso com um desajustamento brutal das exigências às capacidades dos alunos. O caos organizado em cima da destruição educativa é a cereja em cima do bolo. Os tempos são de austeridade e o dinheiro que sabemos não dá para tudo tem que ser bem distribuído pela casta. Com cortes de 700 milhões de euros na educação pública no último orçamento de Estado não se podem fazer milagres. Não se admirem se verem por aí um homem a fazer loucuras à porta da escola. Depois chamem o 112.

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