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quarta-feira, outubro 04, 2006

O Muro da vergonha do Ocidente

A globalização intensificou as relações de interdependência à escala global. Nas sociedades contemporaneas a rede é a palavra chave. Queiramos ou não todos estamos conectados.

O capital financeiro circula à velocidade do som ao click do botão direito do rato. O capital económico abandona zonas do globo onde sente que os custos de produção não geram as mais valias que as grandes multinacionais acham aceitavel do ponto de vista da lógica do lucro.

Atentados terroristas em determinadas zonas do mundo são possíveis de ser visualizados em toda a "aldeia global" no exacto momento em que ocorrem até pelo habitante da aldeia mais remota do Casaquistão.

A guerra do Iraque pode ser assistida em directo e on-line e os próprios militares vão acompanhando os desenvolvimentos da mesma pela televisão sabendo através desta primeiro que das suas chefias as consequências das suas acções no terreno.

As relações sociais, amorosas e conjugais atravessam todas as fronteiras do globo terrestre através das novas tecnologias da informação e da comunicação.

Os governos caiem ao sabor de mensagens de sms e das capacidades fantásticas da comunicação via satélite, quem não se recorda da recente queda de José Maria Aznar aqui na vizinha Espanha e paradoxo dos paradoxos numa era em que as desigualdades sociais se agravam quase à mesma velocidade com que o crescimento da riqueza dos mais poderosos atinge valores históricos inigualáveis eis que os povos que querem partir dos seus territórios abandonando as suas raízes à procura de melhores condições de vida atraidos pela ilusão do modo de vida "Ocidental" são impedidos de o fazer.

O muro de mil e cem kilómetros que o senado norte-americano aprovou quase na sua totalidade!!! para impedir os emigrantes mexicanos de entrarem nos EUA são um retrocesso histórico absolutamente inacredítável na história, cultura e nos valores ditos ocidentais.

A democracia tem destas coisas. Sendo um outorgação legal ela é incrivelmente imoral. A rejeição do "outro" como forma de assegurarmos o nosso bem estar e segurança social infelizmente está aí para legitimar as novas atrocidades sociais.

Primeiro começamos por rejeitar a cultura do outro e um dia descobriremos que à sempre algum "outro" para nos rejeitar a nós.

1 comentário:

  1. A rede é cada vez mais importante na sociedade actual. Quanto à questão da democracia, como todas as coisas na vida ela não é perfeita.

    Um Abarço e bom fim-de-semana.

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