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sábado, setembro 23, 2006

O papa e o Islão

Todas as religiões são exclusivistas, fechadas sobre si mesmas e recusam os dogmas que não entram nos seus dogmas de fé.

Ser cristão implica não professar a religião muçulmana, ser muculmano significa não aderir às crenças religiosas dos judeus e ser budista implica que não se seguem os principios do protestantismo calvinista.

Estes mundos sociais exclusivistas não implicam que a visão do "outro" como "ele" não permita a convivência pacífica.

A tese absurda sobre a "guerra de civilizações" entre o "Ocidente" e o "Oriente" à força de tanta enunciação discursiva na palavra de muitos pseudo intelectuais do mundo dito Ocidental ainda se torna numa profecia auto-realizadora. Tanto se deseja que aconteça que ela corre o risco de se tornar real.

O Papa Bento XVI esqueceu-se de vestir o papel social de Papa e por momentos interpretou o seu papel na pele de cardeal Ratzinger.

É que se as interpretações intelectualistas do Islão são permitidas ao cardeal Ratzinger, ao papa Bento XVI trata-se de brincar com o fogo quando numa passagem claramente infeliz se rotula a religião islamica de culto do belicismo e da Jihad.

Estudos históricos sobre o mundo islâmico revelam um percurso histórico de elevada tolerãncia religiosa e de elevada convivencia pacífica nas mais variadas partes do mundo entre o Islão e outras comunidades religiosas.

Sabendo que como papa as suas palavras são armas de fogo, ou de paz, que podem salvar, ou destruir milhares de vidas, Bento XVI teria que ter mais cuidado nas suas reflexões e intrusões na cultura do "outro"...sob pena de no actual contexto deitar gasolina num barril de pólvora.

Como alguém em tempos diria...não havia nexessidade.

Abraços a todo o pessoal.

3 comentários:

  1. João,

    O Sr. Ratzinger devia ter sido discreto e ter feito um discurso virado para a reconciliação dos 2 mundos ou então, o mais certo era ter ficado calado!

    Igualmente, O Sr. Presidente da Comissão Europeu, o nosso José Manuel também devia ter sido mais cauteloso nas suas palavras ...!

    Bjks da matilde

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  2. Hávia um homem de que pouco se fala e que morreu o ano passado às mãos de uma pobre fanática louca. Era conhecido por Irmão Roger e tentou toda a sua vida a união dos jovens de todas as religiões.
    Discreto, inteligente e humilde morreu
    talvez porque não vivia rodeado de guarda-costas como os Papas e Papinhas deste Mundo. Ratzinger, apesar de dizerem que é um homem muito inteligente,não me parece que tenha perfil para o lugar que ocupa. Enfim... Boa noite. ANtónio da LOULETANIA

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  3. Eu já foi católico praticante por imposição familiar e social, mas quando chegou à altura de tomar as minhas decisões e ser eu a decidir tornei-me ateísta. Todas as religiões tem bons e maus aspectos e bons e maus difusores da mesma, e por exemplo a católica sempre foi muito intolerante.

    Um Abraço e bom fim-de-semana,

    Pedro Gonçalves.

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