A minha Lista de blogues

sexta-feira, junho 28, 2024

Portugal de Lixo

Repartição de Finanças em Loulé. Atestado multiusos. Tudo se faz para impedir o acesso aos benefícios do IRS. Os direitos de uma criança com doença oncológica são tratados como lixo. Os funcionários e as chefias protegem os interesses do Governo (através do Estado) contra os direitos dos contribuintes. Tudo serve para arrecadar dinheiro para o Estado. É a instituição mais totalitária dentro do Estado português. Ainda vive na cultura do Estado Novo. Um país de lixo. Se quiser reclame aos serviços centrais. Esta gente nem sequer leu o Frank Kafka.

quinta-feira, junho 27, 2024

Euro 2024, Treinador De Bancada

Cá vai a opinião de mais um treinador de bancada. Sistema tático desastroso. Jogadores que não estão habituados a jogar uns com os outros. Uma enorme falta de entrega ao jogo. Félix e Ronaldo na frente não funciona porque o jogo perde profundidade e os médios são obrigados a jogar para o lado e para trás. E se este vosso modesto treinador de bancada fosse o treinador da seleção nacional João Félix não jogava mais na seleção nacional. Jogar mal todos os jogadores têm o direito de jogar um dia, mas um jogador que vai à seleção nacional e não corre, anda amuado dentro do campo e não se entrega minimamente ao jogo, não está lá a fazer nada por muito bom jogador que seja. Para jogar a passo e com a bola no pé mais valia estar lá eu com os meus 108 kilos que fazia melhor que aquilo a jogar parado. O pior dia da seleção portuguesa desde que me lembro. A jogar assim com a Eslovénia voltamos para casa em três tempos.

terça-feira, junho 25, 2024

Servir-Se Do Público

Repartição de finanças de Loulé. Lido à entrada, afixado na porta: - Atendimento presencial com senha até às 12h30mn. Chego ao meio dia. Tiro a senha. Espero até às 12h15mn e vou perguntar se tenho a senha certa. Finanças praticamente vazias, tenho apenas uma pessoa à minha frente. Uma funcionária diz-me que tirei a senha errada mas que na letra que me cabe em sorte o atendimento já está fechado. Digo-lhe que cheguei ao meio dia e que o atendimento presencial é até ao meio dia e meia. Não percebo a recusa. Dizem-me para vir noutro dia e para fazer marcação prévia. Nada funciona neste país. O abuso de poder ao cidadão por parte da autoridade tributária já é uma instituição em Portugal. Fico arrependido de não ter pedido o livro de reclamações. Fica-se com a ideia de que há um aproveitamento claro de se dar prioridade às marcações prévias em detrimento de quem vai ao serviço presencialmente. No limite pode ser um bom motivo para fazer o mínimo possível. Cumprir o papel de funcionário e está feito. A seguir fui à hora de almoço a uma instituição privada cortar o cabelo, perguntei se havia vaga, e cortei o cabelo na altura. A diferença é que o cabeleireiro precisa dos clientes para ganhar a vida. Nas finanças, os utentes parece que vão por ali atrapalhar quem trabalha. Uma cultura de se servir do público substituiu uma cultura de servir o público. Se quiser venha outro dia, desenrasque-se! Pouca coisa funciona bem neste país e isso explica muita coisa.

sexta-feira, junho 21, 2024

O Algarve, Uma Colónia De Férias

Loulé, 21 de Junho de 2024. A preparar tudo para ir esta noite para Lisboa, ir à farmácia do IPO buscar medicamentos para um familiar doente oncológico. 300 quilómetros de Loulé à farmácia e mais 300 quilómetros da farmácia a Loulé. 600 quilómetros ao todo para ir buscar medicamentos para um doente oncológico. É chegar lá, recolher os medicamentos, pedir o livro de reclamações, preencher a reclamação, atravessar de novo a Ponte 25 de Abril e voltar para o Algarve, para Loulé para que os medicamentos não faltem. Isto não é uma região, é uma colónia de férias e isto também não é um país, é uma choldra torpe, como já dizia o Eça. Diz a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que a prioridade são os doentes oncológicos. Fosga-se! Vai lá vai.

segunda-feira, junho 17, 2024

Sobre o Capitalismo Académico

 "É que as Universidades têm sido geridas mediante um imperativo hipotético de produtividade, simultaneamente obedecendo a um sistema competitivo cujas regras são estabelecidas por métricas no mínimo dúbias, premiando o poder estabelecido, os docentes que enriquecem o currículo graças ao trabalho precário dos investigadores que, no melhor dos casos, estão contratados a termo incerto. Também neste ponto, Newman se demonstrou indisponível para compactuar com a adaptação do princípio da divisão do trabalho às Universidades, recusando que estas sejam reféns das métricas de eficiência e rapidez, como se de um sistema industrial se tratasse. É que a qualidade científica gerada tem sido quantificada pelo número de artigos científicos publicados, pelo número de patentes submetidas, pelo número de projectos aprovados, pelo número, pelo número, pelo número. Esta vilania é relativamente fácil de desmascarar e, por isso mesmo, é uma vilania ignóbil, preguiçosa, condescendente, ou seja, de muito má qualidade. Tanto que, em março de 2024, a Universidade de Zurique comunicou que iria abandonar o sistema de ranking publicado pela Times Higher Education magazine (detida pela Inflexion Private Equity), por não concordar com o sistema de classificação que contabiliza o número de publicações em número absoluto ao invés de tomar em consideração o seu impacto e qualidade científica. A moribundez da credibilidade académica é um acto suicida programado, uma apoptose. Não há Universidade que não se vanglorie das íntimas ligações ao tecido empresarial, apresentando-se subjugada aos interesses privados, criando-lhes conhecimento barato ou gratuito e formando-lhes os futuros trabalhadores. Os alunos usam as Universidades como mera formalidade, recusando-se (com razão) a compactuar com a sonsa virtude académica e científica. A Universidade, vilã por necessidade, perdeu o norte porque se quis esquecer dos seus objectos fundamentais: o aluno e o conhecimento."

https://observador.pt/opiniao/este-e-sobre-vilania/

segunda-feira, junho 10, 2024

Portugal Fede

22 horas chego à farmácia em Loulé. Tenho uma dor crónica e tenho que tomar Tapentadol duas vezes por dia, há mais de 5 anos. Peço o medicamento com a receita e a farmacêutica diz que não me pode dar o medicamento porque o sistema não aceita por ter ultrapassado o limite de toma permitido por lei. Tenho caixas de 50 medicamentos, como tomo 2 por dia há cinco anos, uma caixa não dá para o mês. Digo-lhe que a lei é absurda e não é o interesse dos doentes que foi considerado mas a poupança de medicamentos e portanto, de dinheiro. O dono da farmácia diz-me que não quer saber nada disso e que está a cumprir regras. A médica passou uma posologia inferior ao que tenho tomado regularmente. Acontece que em função das dores a toma de medicamentos oscila e é isso mesmo que a médica me disse para fazer. Ter em conta a intensidade da dor. Digo-lhe que procurar poupar dinheiro com doentes crónicos é moralmente inaceitável e que a lei que o senhor farmacêutico considera normal para mim e para a minha condição de saúde é absurda. 23 horas da noite saio da Farmácia. Uma luta esgotante para ter acesso a um medicamento essencial ao controlo da minha doença. Eva Paulino da Associação Nacional de Farmácias deveria estar atenta a como esta lei absurda vai prejudicar os doentes crónicos. Vivemos num país a brincar, de salários mínimos e serviços públicos e privados subnutridos que tratam as pessoas como gado. Esta Quinta-Feira, de madrugada, vou de novo a Lisboa, à farmácia do IPO buscar medicamentos essenciais á sobrevivência do meu filho porque a farmácia do IPO decidiu novamente que não distribui os medicamentos aos doentes oncológicos à periferia por falta de recursos humanos e de verbas. Vou fazer 600 kilómetros e gastar uma balúrdio para ir buscar medicamentos do Algarve a Lisboa. Mudou o Governo mas a merda é exatamente a mesma. Portugal fede. Não estou nada arrependido de não ter posto os pés nas urnas este fim-de-semana.

Quo Vadis Europa?

Vitória de pirro do Partido Socialista. Vitória da Iniciativa Liberal. Chega elege 2 deputados europeus e perde eleitores em massa para AD e IL. Esquerda do PS à beira da extinção. Extrema-Direita vence em França e a direita cresce por toda a Europa com raras excepções. A única boa notícia é o alarmismo em torno da imigração do Chega e afins ter sido inversamente proporcional ao seu resultado eleitoral. Tempos altamente preocupantes por essa Europa e mundo fora. Impressiona como as esquerdas não perceberam ainda que a arquitetura económico-financeira e as suas regras burocráticas são uma gaiola de ferro para quaisquer possibilidades de sucesso das políticas de esquerda. O TINA não só venceu como se naturalizou e as políticas défice zero são hoje aceites como uma evidência natural pela direitas e pelas esquerdas.

quinta-feira, junho 06, 2024

Mudar A Sociedade Por Decreto

A criação da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo) foi bem o retrato da Governação Socialista e é todo um paradigma de como se faz política pública em Portugal. Fez-se a criação da política em decreto-lei e parte-se do pressuposto que ela se implementa por si própria, sem que sejam precisos recursos humanos e financeiros que a implementem. Em Portugal prevalece a gestão de mercearia e de vistas curtas e a máxima cultura do "desenrasca". No caso do PS, política pública significa sobretudo arranjar tachos, lugares e posições para as gentes do partido. Isso estando assegurado, o resto é acessório. Quando o desastre bate à porta a culpa é do mordomo. A velha estória de um país falhado e sem futuro.

sábado, junho 01, 2024

Desabafos

Confesso que estou cada vez mais farto da sociedade do jeitinho, do favorzinho, do compadrio, do parecer mais do que o ser e o fazer, da endogamia que afoga a meritocracia, do amiguismo que faz andar as carreiras, da subserviência, dos lambe-cus, do não dar um passo para não hostilizar quem manda, da obediência a quaisquer custo, de ser avaliado por quem não percebe nada do que faço, das contas de mercearia, da gestão de vistas curtas, da gestão privada dos bens públicos, dos donos da vida dos outros, dos glutões que comem tudo e não deixam nada, da falta de democracia nas instituições, de todos os animais serem iguais mas haverem sempre alguns animais mais iguais do que os outros, do aproveitamento pessoal do esforço dos outros, etc, etc, etc. Farto de viver num país sem futuro. Farto. Desculpem o desabafo, mas às vezes é preciso respirar.