"O projeto da reforma e da gestão do capitalismo que se sobrepôs à prática revolucionária traduziu-se também na forma como o Bloco foi agindo sobre e no movimento social. Do trabalho nas ruas e nos locais de trabalho, entre os explorados e oprimidos, o eixo da luta deslocou-se para os corredores estreitos do parlamento e sobrou pouco do ativismo para além da política do espetáculo, com a subjugação da agenda e comunicação do partido aos tempos e assuntos mediáticos. O mesmo Bloco de Esquerda que se apresentou enquanto partido-movimento tem uma atuação parasitária e oportunista nos movimentos sociais. O seu interesse no movimento social não é o de o expandir, radicalizar ou fortalecer mas sim controlar, moderar e canibalizar. Esta postura é já amplamente reconhecida dentro dos vários movimentos e coletivos, que vêem o Bloco com maus olhos, sabendo o perigo e a toxicidade que representa. O Bloco é um empecilho ao movimento social e, para quem quer construir movimento social radical, apresentar-se como militante do Bloco gera um imediato sentimento de desconfiança."
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