Este Domingo há eleições para a Europa e não encontro nenhum motivo para pôr os pés nas urnas. Da Europa da solidariedade não restam vestígios. Da Europa da democracia resta um esqueleto formal esvaziado. A brutal austeridade a mando da senhora Merkel deu lugar à cativação das nossas vidas. De Macron não reza qualquer esperança. Costa é um aldrabão dos tempos modernos. Nas últimas duas décadas os políticos transformaram o Estado de Bem Estar em Estado de Mau Estar. Ao longo dos últimos anos sob tutela europeia fui roubado no salário, no subsídio de férias, no subsídio de Natal. Fui perseguido pelos partidos políticos de todos os quadrantes pelo simples facto de usar da palavra no espaço publico. Fui objecto da maledicência, de ridicularização, do boato incentivado partidariamente e da humilhação, por coisas tão indignas como manifestar-me para que os serviços de urgência pública da minha terra não encerrassem. Fui atacado violentamente pelos fiéis dos partidos por manifestar a minha indignação com a intenção de exploração de petróleo no Algarve. Devo em grande parte ao poder político ter a minha vida desfeita senão destruída. Domingo, a minha não presença nas urnas é obviamente uma presença. Mesmo que "eles" não queiram saber disso para nada. Resta-me o consolo da figura do Zé Povinho celebrado pela extraordinária criação de Rafael Bordalo Pinheiro.
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