Intelectuais Orgânicos Ou Profissionais Da Censura Encapotada?

Vou-vos confessar. Estou farto. Fartinho de ouvir os intelectuais orgânicos da geringonça a criticar a "demagogia antipartidária" das redes sociais e o "abuso dos media" na crítica aos partidos. Se os partidos são essenciais à democracia? É óbvio que sim. Mas também é muito óbvio que se põem a jeito e que para além de colonizarem a vida pública, grande parte dos seus membros agem como se estivessem acima do comum dos cidadãos. Eu sei bem na minha vida pessoal o que tem sido a perseguição política, a opressão, a censura, o boato, a ridicularização, a tentativa de descredibilizar a pessoa para matar a sua crítica política e a tentativa de prejudicar inclusivamente a minha vida profissional. Nada abonatório e salutar para a vida democrática. Não sei como poderia confiar em gente assim. Portanto, o problema não é a existência de partidos. É o facto dos partidos se terem tornado máquinas de conquista de poder quase exclusivamente para fins próprios. Quem não vê isto não quer ver (nem está interessado em ver) nada. E já não falo da corrupção que tresanda e de que o caso Sócrates pôs a nú a que ponto chegou a podridão do regime. Não deixa de ser interessante que sejam os mesmos que toleraram (pela esquerda) todos os desmandos de Sócrates, ignorando, fechando os olhos e até que defenderam até ao tutano a sua presução de inocência, os mesmos que hoje vilipendiam a nova Ágora das redes sociais e que criticam os media quando eles fazem efectivamente o seu trabalho de forma livre e destemida. Não venham cá para o meu lado com essa da "critica demagógica" aos partidos porque quem quer ter a áurea moral da honestidade e da decência tem que agir em conformidade. Fico sinceramente em dúvida com os meus botões se estaremos apenas perante os tradicionais intelectuais orgânicos na defesa da sua narrativa ou se não estaremos perante peritos altamente especializados em censura encapotada.