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domingo, outubro 14, 2007

A União Europeia contra os povos da Europa

É inacreditavelmente espantoso o que a quase totalidade dos governos da União Europeia e a Comissão têm vindo a defender a propósito do futuro Tratado da União que substituirá o "fracasso" da anteriormente desejada Constituição Europeia.

A União Europeia presidida por Sócrates e a Comissão Europeia presidida por Barroso mandaram a democracia às urtigas.

Tudo tem sido feito para evitar referendar o tratado que tem sido elaborado nos "secretos" gabinetes dos burocratas europeus.

Depois do rotundo não no referendo da Constituição Europeia pela França e pela Holanda, o "receio" e o "perigo" que aos olhos dos tecnocratas europeus representa a consulta popular, tem sido o mobil que leva os políticos europeus a querer aprovar o novo Tratado Europeu o mais rapidamente possivel.

A presidência do governo português sob a batuta do pragmatismo de Sócrates vem mesmo a calhar. É preciso é aprovar, seja lá o que isso representa para o futuro da Europa e dos portugueses.
O pragmatismo é assim, joga toda a reflexão ideológica às urtigas e dá um chega para lá nisso que se chama democracia.

A europa tem sido construída continuamente à margem dos povos, a maioria dos "cidadãos europeus", se é que isso existe, desconhece profundamente as instituições europeias, os seus poderes e o modo como as mesmas afectam as suas vidas quotidianas.

Quantos de nós sabe o nome de um comissário europeu para além de Durão Barroso? Quantos de nós sabe dizer o nome dos deputados europeus que foram eleitos para o parlamento europeu? Quantos de nós leram ou tem uma ideia do que está escrito na anterior constituição europeia referendada na França e na Holanda? Quantos de nós têm um verdadeiro sentimento de pertença à União que se quer construir? Quantos de nós conhecem o tratado actual que a União Europeia quer aprovar à revelia dos cidadãos?

As concepções de democracia das nossas elites não se podem basear numa concepção de democracia "quanto baste".

Se os povos europeus representam um "perigo" para a democracia europeia e por isso não devem ser consultados, porque razão deverão ter direito de voto nas legislativas, nas autárquicas ou em qualquer outro tipo de consulta popular?

A União Europeia contra os povos Europeus, um dia entrará em crise de legitimidade, sobretudo se não se tornar transparente a discussão pública, se não se trouxerem os cidadãos nacionais para a discussão e se se continuar com o actual brutal défice de democracia e de participação nas questões europeias e que a todos nós dizem respeito.

Nota final: E as autarquias e as instituições políticas locais deveriam ou não ter um papel no incremento destas questões na vida pública da cidade? Deixo a questão para que cada um reflicta nisso.

Boa semana para todos vós.

1 comentário:

  1. Bronca com o Dr. Seruca e a oposição.
    O Blog da "Quiosque da Camila" mostra filme. Ahhhhh. Enfim coisas de Loulé
    mesmo aqui na pontinha da Europa tão falada e comentada. Berto

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