Nunca conheci pessoalmente o louletano Nuno Guerreiro, um pouco mais novo que eu, mas da minha geração, cruzei uma primeira vez com ele na festa de anos da minha prima Vera, na sua casa na Goncinha, ainda adolescentes e onde o Nuno já era conhecido pela sua voz sui generis. Era um seu admirador confesso. Perde-se uma das grandes vozes nacionais do pós-25 de abril de 1974. Fiquei arrepiado com a sua magistral atuação há uns poucos anos atrás no Largo Afonso III quando cantou Alfama da Teresa Salgueiro. A sua voz da Ala dos Namorados ficará para sempre connosco. Fiquei sempre com a sensação do Nuno Guerreiro não ter o reconhecimento no espaço nacional que merece talvez por ser originário da periferia e habitando o mundo artístico lisboeta e de o próprio sentir essa certa ausência de reconhecimento da sua genialidade artística. Posso estar enganado e ser uma mera impressão minha. Não tenho qualquer dúvida que se tratou de uma das melhores vozes da sua geração. Parte cedo, que descanse em paz.
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