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segunda-feira, dezembro 30, 2024

Adeus 2024

Fim de ano a chegar. 2024 não é um bom prenúncio para o futuro. Temos Trump, Putin e pequenos ditadores a fazerem regredir as democracias. Um novo espectro que assombra a Europa, o espectro da extrema-direita. A França e a Alemanha perderam o rumo e como refere e bem, António Barreto, na sua última crónica, a Europa está em perigo. Temos a guerra na Ucrânia, nunca se falou tanto da eminência de uma Terceira Guerra Mundial, a guerra fria do nuclear está mais quente do que nunca e na Faixa de Gaza e arredores, reina a carnificina e o genocídio. Um povo que tem uma história de perseguição e de holocausto lançou o holocausto sobre os palestinianos em Gaza. O ataque de 7 de Outubro foi uma barbárie e uma carnificina e a resposta israelita uma barbárie altamente desproporcionada. A banalidade do mal está de regresso e com grande parte do Ocidente que se diz civilizado a fazer de conta que nada está acontecer. Em Portugal, reina a mediocridade, os políticos estão em descrédito com prioridades nacionais invertidas em relação às necessidades da população e a gerirem o dia a dia da manutenção e da conquista do poder sem qualquer visão de futuro que se vislumbre. A canção de Godinho é perene e podia ter sido composta nos dias de hoje, falta a paz, o pão, a educação, a saúde e a habitação. Do ponto de vista profissional segue um dia de cada vez, tentando fazer o melhor possível, numa profissão cada vez mais desvalorizada politica e socialmente. Um povo meio iliterato (anteriormente analfabeto) que não lê, que não valoriza a educação como o devia fazer e que facilmente fica deslumbrado com as modas tecnológicas do momento. Como se uma "transição digital" iliterata pudesse vislumbrar por si só algum sinal de desenvolvimento. A crença na salvação do momento é a "inteligência artificial". No meu trabalho, em 2024, pela primeira vez uma organização pública recusou abrir as portas a uma aluna minha para realizar um estudo académico. Onde deveria haver colaboração e abertura, há fechamento, desconfiança, ignorância atrevida e uma soberba assente em desconhecimento e incompetência. Não estou minimamente otimista para o que aí vem em 2025. As desigualdades há escala global e nacional são brutais, o individualismo que deslaça o tecido social é rei e a solidariedade foi substituída pela competição e a guerra de todos contra todos, que põe em causa uma qualquer ideia de coesão social . Um dia de cada vez é o meu lema. Assente no descrédito dos tempos que correm e num corpo desgastado pelo avançar da idade. Resta a esperança nas futuras gerações. Que sejam capazes de arrepiar este caminho. Enquanto há estrada para andar...



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