Já lá vai o tempo da célebre trilogia Fado, Futebol e Fátima. A Época Salazarista utilizou o futebol como instrumento de reprodução da ideologia dominante e como instrumento de legitimação do estado.
Slogans como "Nada contra a nação, tudo pela nação" ou "Portugal indiviso de Minho a Timor" serviam para a legitimação da dominação colonial e para provocar a ilusão de unanimidade onde existia a divisão e a conflitualidade.
A inculcação do nacionalismo pelo Estado servia de instrumento de legitimação do próprio Estado assegurando a dominação da elite dirigente do Estado Novo.
Hoje, já não temos Eusébio, mas temos os media que provocam a catarse nacionalista fomentando a histerese colectiva de um povo perdido de causas.
Em época de globalização, em que os Estados Nação perdem a sua soberania, em que ser cidadão do mundo pareceria ser uma evidência, temos aí a criação de uma identidade defensiva (o nacionalismo bacoco), que resiste à invasão do global tido como ameaçador e gerador de incertezas quanto ao nosso lugar do mundo.
Com a multiplicidade de referências identitárias com que somos bombardeados a partir da aldeia global, os individuos entram em crise de identidade.
A nacionalidade é um elemento identitário facil de agarrar e o futebol e os media têm todos os ingredientes para a alimentar.
O pior, é que se os nossos "heróis" contemporâneos não corresponderem às nossas expectativas, passamos rapidamente de um sentimento de orgulho na nação a uma nação depressiva.
Pois eu lamento, mas não tenho bandeira à janela, nem tenciono colocá-la.
Sou Louletano, Algarvio, Português, Europeu e sobretudo "Não sou Grego nem Ateniense, Sou um Cidadão do Mundo".
Cuidado com os nacionalismos bacocos em época de globalização...é que se nos fecharmos muito sobre nós próprios acabamos por despertar fenómenos como o racismo e a xenofobia. E estes estão aí mortinhos por despertar.
Boa sorte Portugal, que ganhe o melhor e que esse seja aquele que praticar melhor futebol.
Abraços
João Martins
Eu também não tenho bandeira à janela nem vou pôr, pois acho que se as pessoas se preocupassem com a nação, começavam mas era a cumprir as suas obrigações para com a sociedade. Foça para a nossa selecção.
ResponderEliminarUm Abraço e bom feriado,
Pedro Gonçalves.
Enjoyed a lot! » » »
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