Uma carta aberta aos media que tresanda a bafio salazarento, numa inaceitável forma de pressão sobre os jornalistas e as televisões. Ver alguns homens de esquerda entre os assinantes desta carta entre os quais um conhecido capitão de Abril que faz honras de usar o cravo na lapela, é um forte sinal da degradação democrática a que chegou o pensamento de certas esquerdas que convivem mal com a democracia e a crítica política. Poderia ficar para a História como a carta da vergonha. Excesso opinativo? Dedo acusatório ao Governo? Tenham vergonha nessa cara. Que os senhores jornalistas façam o seu trabalho de forma independente e não se deixem intimidar por esta triste gente.
A minha Lista de blogues
quinta-feira, fevereiro 25, 2021
A Carta Aberta Da Vergonha

quarta-feira, fevereiro 24, 2021
Jornalismo Covid19
Uma sondagem de hoje para o Diário de Notícias, do Jornal de Notícias e da TSF, mostra que 82% dos portugueses não quer o desconfinamento nas escolas já no inicio de Março. Era bom que os senhores jornalistas pensassem um pouco sobre este assunto para não fazerem passar a opinião publicada pela "opinião pública" e assim não produzissem um puro artefacto jornalístico sem qualquer correspondência com a realidade, a partir de uma carta aberta de cem pessoas, a maior parte delas desconhecida dos portugueses, e para utilizar isso para fazer pressão sobre o Governo e a população portuguesa, numa decisão que pode levar à morte e à doença de centenas, senão de milhares de pessoas, pela sua precipitação. Quando se fazem notícias a partir da opinião do representante das associações de pais, Jorge Ascensão, a dizer que os "pais" querem as escolas abertas, ou quando se entrevista o representante dos directores escolares, Filinto Lima, para concluir que os "professores" querem já o desconfinamento nas escolas, estamos perante a pior espécie de jornalismo e resta saber se se trata de uma grave deformação profissional, o que é altamente preocupante, ou em alternativa, se se trata de pura manipulação disso a que chamamos "opinião pública", o que é ainda mais grave porque põe em perigo a democracia.

terça-feira, fevereiro 23, 2021
Ei-los De Volta, Os Desconfinacionistas Inconscientes
Há meia dúzia de dias em ensino à distância (recordo que as duas primeiras semanas não houve escola por iniciativa governamental) já há uma gritaria nacional para voltarmos ao ensino presencial. Os casos que tiveram uma quebra abruta em consonância com os fechos das escolas têm agora todas as condições para voltarem a crescer com a sua precipitada abertura. Não é de admirar se daqui a três meses estivermos outra vez confinados e a bater records do mundo. Se há coisa que já aprendemos em Portugal com esta pandemia é a dificuldade em aprender com a experiência. A nossa e a dos outros. Jerónimo de Sousa, do PCP, acaba de dizer na televisão que "já se comprovou que as escolas são locais seguros" (!!!) e os Verdes querem o regresso imediato ao ensino presencial. Paradoxalmente o Governo do Dr. Costa que até ao momento só fez asneiras na gestão da pandemia é quem apresenta nestes dias maior prudência. Depois há os pseudo-representantes dos directores escolares e dos pais, que são os principais virologistas de serviço e não se cansam de dizer asneiras. Os meios de comunicação social por sua vez continuam a dar voz a todos os negacionistas que consideram que as escolas são "locais seguros". Não se aguenta tanta idiotia. Pôr as convições há frente da realidade na interpretação da realidade nunca deu bom resultado.

A Cultura Em Estado Moribundo
O que impressiona por estes dias é o sector da cultura, de onde vêm parte significativa dos apoiantes da Geringonça, estar a atravessar uma fase dificilima da sua vida e ter sido brutalmente ignorado pelo Governo no Plano de Recuperação e Resiliência (coisa que não sei o que é). Talvez devessem rever as suas crenças e convições em quem os Governa.

sexta-feira, fevereiro 19, 2021
Sobre A Saliência Das Desigualdades Educativas Em Tempos De Pandemia
"Provavelmente já é possível identificar alguns efeitos. Acho que nos demos todos conta do agravamento das desigualdades. De certa maneira, “descobrimos” as desigualdades que já existiam. Foram desocultadas, até parece que ninguém tinha dado por elas antes. Isso tornou-se muito mais evidente agora. Mas além dessa desocultação de uma coisa que já existia, é evidente que também nos demos conta que isto veio agravar as desigualdades. Há uma brecha digital, uma desigualdade perante os dispositivos digitais. Há muitas pessoas que não têm computador, nem acesso à rede. Não basta distribuir computadores, é preciso assegurar que a rede chegue a toda a parte. E sabemos que fora das grandes cidades, a rede não chega a toda a parte."

quarta-feira, fevereiro 17, 2021
15 Anos Do Blogue Macloulé
O Blogue Macloulé fez 15 anos em
Janeiro de 2021. Num contexto em que a pandemia do coronavírus, em
Portugal, atingia recordes mundiais em número de mortos e de infectados,
deixámos escapar o assinalar da data. Por várias vezes pensámos em mudar o nome
do blogue. Obviamente se o blogue foi importante na partilha de ideias e no
estimular do pensamento crítico fora da vida partidária e foi marcante no
incentivar de uma série de lutas políticas e sociais de que são exemplo a luta
contra o abate arbitrário de árvores na cidade de Loulé, a criação de
movimentos sociais contra o encerramento das urgências em Loulé e em defesa da
saúde no Algarve, a luta contra a exploração de petróleo, ou a dinamização da
maior manifestação política de que há memória, em Loulé, pelo menos desde os
tempos conturbados do 25 de Abril de 1974, neste caso, contra a ocupação da
Troika em Portugal, ou ainda a participação intensa na luta contra as portagens
(curiosamente de todas as lutas, só esta luta foi perdida…); nunca foi intenção
do seu autor a criação de movimentos organizados de intervenção política para
acesso a cargos de poder. O blogue foi criado num contexto em que sentimos
que havia uma colonização de tal ordem na vida política pelos partidos que isso
se reflectia negativamente na construção de uma cidadania alargada na sociedade
portuguesa. Em nenhum momento nos posicionámos contra a existência de partidos
políticos, que são estruturantes da organização política da vida democrática
portuguesa e sem os quais não existe democracia. O que sempre nos incomodou foi
a sua forma de actuação, não poucas vezes anti-democrática e que é feita ao
arrepio dos interesses da grande maioria dos cidadãos. 15 anos depois, temos os
partidos políticos a aprovar leis que limitam a participação política dos
movimentos de cidadãos independentes, o nepotismo tomou conta da vida política
portuguesa a uma dimensão nunca vista e a democracia portuguesa continua a ser
de baixíssima intensidade. A mudança do nome do blogue impunha-se hoje pelo cansaço
e pela desilusão do seu autor com o rumo que seguiu a vida política na
sociedade portuguesa ao longo destes últimos anos, em que as esquerdas se
colaram ao poder e deixaram de lutar pela transformação social de uma sociedade
melhor. Sem aliados não há movimento social. Daí que talvez o MacLoulé se devesse
passar a chamar, apenas e só, O Blogue do João, que foi aquilo que afinal
sempre foi. O que se coaduna, ao fim e ao cabo, com os tempos líquidos em que
vivemos e com a híper-individualização das relações sociais que impede a
construção da acção colectiva organizada.

Sobre A Ciganofobia Nacional, A Ler
Este é daqueles textos que pela sua relevância pública deveria ser aberto a todos. A autora a fazer serviço público e o jornal Público a limitar o seu alcance. Aconselho a leitura do artigo na totalidade na versão em suporte papel de ontem (15/02/2021).

segunda-feira, fevereiro 15, 2021
Ensino À Distância Em Tempos De Pandemia, Parte II
E chegámos ao final da primeira semana do ensino à distância desta nova jornada de confinamento. Algumas diferenças e semelhanças em relação ao confinamento de Março de 2020 para o Ensino Básico e Secundário a partir da experiência cá de casa. Ensino Básico, 6º ano, os professores provavelmente aprenderam com a primeira experiência do ensino à distância e conseguem um equilíbrio que me parece adequado entre aulas síncronas (dadas pelos professores) e assíncronas (trabalho autónomo à distância). A distribuição de tarefas parece ser equilibrada entre as diferentes disciplinas e os prazos de realização das tarefas são aceitáveis. Não há sufoco e as crianças confinadas, podem sobreviver com algum tempo para respirar, tempo para algum tempo de vida dentro de casa. Ensino secundário, 10º ano, parece haver um claro caminho a percorrer na aprendizagem do ensinar à distância. Uma coisa bem feita foi a significativa redução da carga horária síncrona (aulas dadas pelos professores) mas o trabalho autónomo, com a quantidade de trabalhos em simultâneo, para prazos curtos e quase todos idênticos (semanais), deixa os alunos e as famílias à beira de um ataque de nervos. Parece haver uma certa reprodução do paradigma da escola tradicional para o ensino à distância que não me parece ser a melhor forma de fazer o ensino à distância. Boas decisões para os diferentes níveis de ensino.: -Ter aulas à distancia dadas pelos professores (aulas síncronas), o que foi barbaramente interdito no primeiro confinamento por determinados sectores da educação que em nome do respeito pela privacidade prejudicaram gravemente a aprendizagem dos alunos. Uma última nota para o senhor Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, a sua única preocupação foi com o empurrar o calendário escolar para a frente, mantendo a forma escolar tradicionalista, e reduzindo os dias de férias no Carnaval e na Páscoa, como se a aprendizagem dos alunos se fizesse apenas a pensar na quantidade de matéria lecionada e nas métricas da avaliação. De Fevereiro a Junho, com grande parte do tempo escolar em confinamento, é surreal pensar como se os alunos e as famílias não estivessem exaustos e em grande sofrimento face ao confinamento. Um Ministro da Educação com uma enorme falta de bom senso e com a escola-fábrica como modelo metida dentro da sua cabeça. Quanto à relação do ensino à distância com os alunos com necessidades educativas especiais, nada foi pensado, um vazio.

domingo, fevereiro 14, 2021
A Democracia Em Perigo
Quando a Agência Lusa está assim é a democracia que está em perigo. Que ela foi sendo sufocada e controlada pelo Governo Socialista ao longo dos últimos anos isso não é novidade para ninguém. Que esteja nesta miserável condição quer dizer que é mais um passo forte atrás na democracia em Portugal.
https://observador.pt/2021/02/12/agencia-lusa-com-dificuldades-financeiras-so-tem-tesouraria-para-um-mes-e-meio/?fbclid=IwAR20tVdgMsAi8XPr4pU3kcXVtJl4wntWW5B1RPp5XNQ6bKpQzM5Lo68wBA8

quinta-feira, fevereiro 11, 2021
Testar Em Massa, A Nova Descoberta Governamental
Ao fim de quase um ano de pandemia a senhora Ministra da Saúde, Marta Temido, e o senhor Primeiro-Ministro António Costa, descobriram, após a enésima reunião do Infarmed, que a estratégia de combate à pandemia passa pela testagem em massa. Nunca se viu um Governo com tanta incompetência acumulada. Eu que vou com quase um ano de pandemia a dar aulas, ainda não fui testado uma única vez, ao contrário de Jorge Jesus, treinador do Benfica, que diz que já fez mais de duzentos testes. Bate tudo certo, não bate?

segunda-feira, fevereiro 08, 2021
Um Ministro Da Educação Incapaz
Começou hoje, dia 8 de Fevereiro de 2021, o ensino à distância. Os professores enviaram o seu planeamento e orientações para o ensino à distância. Os alunos começam a interiorizá-los e a perceber como se devem organizar; e no primeiro dia de aulas à distância, o Ministro da Educação volta a fazer pressão para se voltar ao ensino presencial. Um Ministro da Educação perfeitamente desorientado e sem rumo, a dissertar sobre o ensino escolar sem o mínimo de estratégia em tempo de pandemia. Eu que não votei nesta gente tenho que a suportar até ao tutano. Só posso agradecer a quem votou nestas aves raras. Parece que o senhor Ministro da Educação não percebeu (será limitado?) a correlação entre o fecho das escolas e a baixa significativa dos números de infectados.

sexta-feira, fevereiro 05, 2021
Um Governo Bom E Um Povo Irresponsável
Não basta fazerem da mentira uma forma de governação dentro do país ainda vão lá para fora culpar o seu povo e ocultar a sua responsabilidade na desastrosa condução política da pandemia. Quando à ética e a moral (ou falta dela) de quem nos desgoverna estamos conversados. As piores práticas socialistas do tempo de José Sócrates estão de regresso. Não há propostas absurdas de ilegalização do Chega que resistam a isto.

quarta-feira, fevereiro 03, 2021
Obesa Fura Filas
Eu ouvi e posso servir de testemunha em tribunal. A senhora Presidente da Câmara de Portimão disse merecer a vacina porque entre outras coisas é "obesa". Em nenhum momento a senhora Presidente Isilda Gomes disse que era "gorda". Isso é uma indelicadeza da senhora Bastonária da Ordem dos Enfermeiros. Por isso discordo profundamente com o rótulo "gorda fura filas". Quando muito "obesa fura filas", isso sim, teria o timbre de boa educação que a boa família socialista tanto gosta.

terça-feira, fevereiro 02, 2021
Portugal Agrilhoado

A Batota Nepotista Da Vacinação
O caso da batota e da pouca vergonha nacional com a vacinação dos amigos do Partido Socialista e afins teve a sua expressão máxima no Algarve com a nora Ana Castro (actual Presidente do Conselho de Administração do CHUA) a vacinar a sogra Isilda Gomes (Presidente da Câmara de Portimão), esta última socialista e a segunda da família socialista. O nepotismo que atinge o Governo do partido familiar-socialista continua a envergonhar todos os portugueses. Afinal, o senhor coordenador da Task Force para a vacinação nacional e um velho boy do PS, Francisco Ramos, estava errado quando disse que o que se seguiria à apresentação do plano não poderia ser pior do que esse miserável dia da apresentação. Tudo isto é triste, tudo isto é fado, tudo isto existe.
