3 de Janeiro de 2022. A começar bem. Telefona-me um familiar próximo. Vai buscar o teu filho à escola Padre Cabanita que partiu um braço. Vou à escola, o meu filho está ao pé de uma funcionária à porta do pavilhão. Caiu de costas em cima do braço a fazer salto em altura no pior pavilhão do Concelho de Loulé. O professor de Educação Física mandou um colega de turma acompanhar o meu filho para junto da funcionária para não interromper a aula. Percebo, agiu como aqueles árbitros que vêem o Taremi a mergulhar para a área de grande penalidade e mandam seguir o jogo. A escola não chamou a ambulância e lá fui eu a fazer de motorista de ambulância, sem saber nada de socorrismo, em direção ao engarrafamento à entrada de Faro. Como não tenho sirene de emergência no carro mais não restou ao petiz que aguentar as dores. Chego ao Serviço de Urgência do Hospital de Faro (CHUA) e começam as chatices. A funcionária administrativa da recepção não o quis deixar entrar para ser visto e manda-o para a fila de espera com a sala de espera cheia. Explico que a criança está cheia de dores, que partiu o braço onde já tinha partido o ano passado e que tem que ser visto para o braço ser imobilizado e ser medicado para as dores. A discussão é acesa. A funcionária chama o segurança e eu digo-lhe que para equilibrar o jogo vou chamar o Correio da Manhã e que quero o livro de reclamações. Peço para chamar um responsável pelo serviço. Vem uma senhora enfermeira muito aflita que olha para a sala a abarrotar de gente e que acaba por me dizer que está a atender um bebé e que já chama o meu filho para a triagem. E chegámos a isto, para ter acesso a serviços dignos de saúde temos que elevar a voz. Uma tristeza. 21h30mn da noite. Três horas e meia depois do braço partido e duas horas e meia depois da entrada no hospital, peço o livro de reclamações. A caminhar para as três horas de espera, uma criança com o braço partido, cheia de dores, não me parece aceitável. Estou a preencher a reclamação no livro de reclamações e o meu filho é chamado. Parece quase haver uma relação de causa e efeito. Ficou lá escrito. Se a administração do CHUA não consegue assegurar uns serviços de saúde dignos no Algarve então que peça a sua demissão.
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