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quinta-feira, agosto 26, 2021

Fazer Do Patológico Normalidade

Com mais de 3000 casos de covid-19 diários e 16 mortos ao dia de hoje continua a estupidez da narrativa do "regresso à normalidade" como se o vírus tivesse sido contagiado com o espírito colaborativo com os humanos e a pandemia fosse coisa do passado. Parece que há uma recusa da realidade e a narrativa política dominante (com a anuência dos "especialistas" e do pessoal médico?) ainda não percebeu que os vacinados contaminam-se e contaminam os outros. Continua também o jornalismo incompetente, quando não controlado politicamente e a fazer censura (o caso claro do jornal Público e da sua direção para não ir mais longe) e a fazer títulos que revelam uma autêntica deformação profissional a merecer a atenção da Entidade Reguladora da Comunicação Social. Não são os "pais" e os "diretores" que querem um ano letivo normal. Quando muito são os representantes dos pais e os representantes dos diretores de escola que querem um ano letivo normal. Entrevistar os representantes das associações de pais e os representantes dos diretores das escolas e depois generalizar abusivamente que os "pais" e os "diretores" querem um ano letivo normal, é confundir as coisas da lógica com a lógica das coisas e um péssimo exemplo para o que de pior se faz em jornalismo em Portugal. Mais grave ainda, parece que a Lusa faz a notícia e os jornalistas dos diversos orgãos de comunicação social nacionais e locais incorporam acriticamente (?) um título de notícia altamente manipulador. Não há ninguém no mundo jornalístico que pare para pensar sobre as suas más práticas?

https://regiao-sul.pt/2021/08/25/sociedade/pais-e-diretores-querem-um-ano-letivo-normal/550125?fbclid=IwAR09BeFBvucD2joo0ID4uaW41DhkJmz8oOiL05TR_2phHNGwa8U7MQ3R5v4


domingo, agosto 22, 2021

Carta Aberta Ao Director Do Jornal Público, A Propósito Da Censura

Exmo senhor Diretor do Jornal Público,

Exmo senhor Provedor do Público,

Venho por este meio mostrar a minha indignação com a censura levada a cabo por este jornal ao artigo do Dr. Pedro Girão intitulado "Uma vacina longe demais". Compro e leio o Público há mais de trinta anos e não posso deixar de lamentar que um jornal que foi essencial ao debate público na democracia portuguesa seja capaz de introduzir de novo a prática do lápis azul, sobre o pretexto de recusar argumentações que ponham em dúvida a segurança e a credibilidade da vacinação dos menores de 12 anos. Não sou negacionista, tomei todas as vacinas do Sistema Nacional de Vacinação assim como os meus filhos a tomaram. Tenho dúvidas sobre a decisão da vacinação de menores de 15 anos. Dúvidas legítimas baseadas no que vou lendo sobre a controvérsia científica instalada. Sim, a ciência também é feita de dúvidas e de controvérsia. Se assim não fosse ainda pensaríamos que é a Terra o centro do universo. Como sabe o senhor Diretor Manuel Carvalho, a própria comissão técnica de vacinação, deu num momento inicial, o seu parecer negativo à vacinação de menores de 15 anos e só após a inacreditável pressão política do senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do senhor Primeiro-Ministro António Costa, e a do senhor Vice-Almirante Gouveia e Melo, é que a comissão técnica de vacinação, entretanto já substituída pela Diretora Geral de Saúde, Dr. Graça Freitas, decidiu "cientificamente" do parecer positivo das vacinas. Perante este cenário a desconfiança obviamente instalou-se na opinião pública e é natural que as opiniões no espaço público sejam controversas. A um jornal com informação credível não lhe cabe tomar partido pela narrativa oficial do governo e muito menos censurar quem discute os problemas que a todos nós enquanto coletividade dizem respeito e muito menos ostracizar quem emite opinião contrária ao discurso que convém aos poderes económicos, políticos e mediáticos do momento. Vou ponderar se vale a pena continuar a comprar o jornal Público e não queria deixar de dizer também que esta direção do jornal em meu entender não tem condições para continuar a exercer as suas funções. A censura não é admissível em regimes que se dizem democráticos e a função da comunicação social é precisamente contrária aquilo que a direção do jornal acaba de fazer. Não tenho grande esperança que a carta que agora escrevo seja publicada, mas senti que a tinha que escrever. Em nome da liberdade e sobretudo, da liberdade de imprensa.

João Eduardo Martins

Professor

sexta-feira, agosto 20, 2021

O Lápis Azul De Regresso No Jornal Público

O jornal Público acaba de censurar o mais importante artigo de opinião que foi publicado em Portugal sobre as vacinas, onde a irresponsabilidade do senhor Presidente da República, a irresponsabilidade do Governo do Dr. Costa e a irresponsabilidade do senhor Almirante Gouveia e Melo (agora condecorado por Marcelo) são postas a nú, com uma argumentação assente numa racionalidade lógica e científica rara em Portugal. Joana Amaral Dias ainda foi a tempo de partilhar o artigo no seu facebook. O director do Público tem que vir a terreiro explicar a censura. Não vale tudo ou então a democracia levou mais um rombo pela instituição da censura por um dos mais importantes orgãos de comunicação social. Ou a direção do jornal Público explica este vil acto censório ou tem que se demitir imediatamente.

PS: Para acompanhar toda a polémica no facebook de Joana Amaral Dias.

https://www.facebook.com/joanamaraldias

terça-feira, agosto 17, 2021

Das Palminhas À Janela Ao Trabalho Escravo No CHUA

Médicos e enfermeiros do Algarve a serem recompensados pelo trabalho árduo no combate à Covid-19. Com uma Administração Hospitalar presidida pela nora de Isilda Gomes, ela própria Presidente do Conselho Consultivo do CHUA e com a máquina socialista no controlo do hospital, os senhores doutores e os senhores enfermeiros só têm que ficar agradecidos, porque isto dos direitos do trabalho e em especial do direito a férias, foi em tempos uma mordomia dos regimes socialistas. O socialismo agora é outra coisa. É mais palminhas à janela e vamos ficar todos bem. Venha mais uma final da Champions.

https://regiao-sul.pt/2021/08/16/algarve-na-tv/tvi-centro-hospitalar-do-algarve-suspende-ferias-dos-funcionarios/549266?fbclid=IwAR2Ur50UQiR3efOOtxAErHi8tuMciYfu7orKrpJ2C63TLiMxR1CuZFwPWzk

domingo, agosto 15, 2021

A Praia Do Cavalo Preto

Boa parte de Portugal está em alerta vermelho por causa das temperaturas elevadas e dos fogos. O Algarve também. A semana passada estive na praia do Cavalo Preto. A praia é de boa qualidade e recomenda-se. Em pequeno, há 40 anos atrás, ia com a família alargada fazer piqueniques para os pinheiros da mata do Cavalo Preto. Pais, avós, primos da França, tios da Alemanha e familiares da Austrália, juntavam-se em laços de comunidade que já não existem nos dias de hoje derivado à individualização progressiva dos laços sociais. A Praia do Cavalo Preto continua de boa saúde, a mata de pinheiros, interdita há alguns anos às classes populares, está ao total abandono, com o pinheiral altamente degradado e em risco elevadíssimo de incêndio. Um caso claro de negligência florestal por parte da Câmara Municipal de Loulé liderada pelo Dr. Vítor Aleixo. Devem estar à espera que arda para depois construir os habituais empreendimentos turísticos em cima da costa. Não sei se é pura negligência, se é isto. Depois de arder vem a tradicional lamuria socialista. Cada um de nós tem que ser responsável pelos bens públicos. Quando a culpa é de todos não é de ninguém.

terça-feira, agosto 10, 2021

A Ciência Capturada Pela Política

Estes últimos dias têm sido pródigos em duas coisas. Por um lado, a impunidade máxima dos políticos da nação, com o Presidente sem vergonha das selfies, Marcelo Rebelo de Sousa, catedrático de Direito, a pressionar de forma vergonhosa a Direcção-Geral de Saúde liderada pela Dr. Graça Freitas, para vacinar as crianças menores de 15 anos, contra os pareceres técnico-científicos da Comissão Técnica de Vacinação. Por outro lado, o descrédito total da Direção-Geral de Saúde e da Dr. Graça Freitas (já restava pouco da sua credibilidade) que depois de ter dito que não à vacinação das crianças menores de 15 anos, cedeu à pressão política de Marcelo Rebelo de Sousa, que invocou a necessidade de vacinação por motivos "educativos" que têm que ver com o regresso à escola. É claro que as verdadeiras razões prendem-se com o capitalismo que agora se alimenta de cadáveres e que não pode deixar de funcionar e que tem em Marcelo e Costa os seus principais defensores. Também já não se aguenta o discurso desse tolo que por acaso é presidente da confederação de pais e que se arvora a falar em nome de todos os pais como se de facto os representasse. Fala de escola, obviamente, ignorando a questão científica relativa à saúde das nossas crianças. Se queríamos uma amostra do Portugal terceiro-mundista e pré-científico, é isto. E a passividade cidadã arrepia.

domingo, agosto 08, 2021

As Medalhas do Mérito

O que impressiona nos atletas portugueses medalhados nos Jogos Olímpicos do Japão é percebermos que se tratam de pessoas que entregues mais ou menos à sua própria sorte, conseguiram atingir marcas mundiais que os colocam entre os melhores do mundo. Ao mesmo tempo, é muito evidente a falta de apoios estruturais que façam produzir "naturalmente" atletas capazes de dignificar o nosso país. A futebolização do desporto nacional e a ausência clara de uma política para o desporto nacional é aquilo que as magníficas participações de atletas como Jorge Fonseca (uma história de vida admirável), Patrícia Mamona ou Pedro Pichardo (a quem o nosso país deu exílio) põem a nu. Impressiona pelo verdadeira concepção de mérito que estas estórias desportivas nos contam (não encontro melhor definição para a palavra mérito) mas impressiona igualmente o abandono político a que as modalidades estão sujeitas. Abandono político esse, sob a batuta dos actores políticos que são sempre os primeiros a pôr-se em bicos de pés quando as medalhas olímpicas chegam.

quarta-feira, agosto 04, 2021

Leitura de Férias

Leitura de férias. O regresso a Bourdieu, sempre e mais uma vez, agora em releitura da nova publicação das Edições 70. Num tempo em que o capitalismo académico vai castrando a cada dia que passa o pensamento critico e reflexivo das Universidades e as relega cada vez mais para o estatuto de escolas de negócios, a releitura de Bourdieu é como uma lufada de ar fresco que me permite encontrar comigo próprio. Sobre o Poder Simbólico, esse poder invisível que se exerce com tanta mais força quando mais se desconhece que a ele estamos sujeitos e se o reconhece como tal.



segunda-feira, agosto 02, 2021

Ensaio Sobre A Lucidez Política, A Ler

"No léxico político Eduardo Cabrita é a "besta negra" (bête noire) do atual governo. E, justiça lhe seja feita, por sua própria irresponsabilidade. Se elencasse os casos e trapalhadas acumuladas, esgotaria o espaço que o jornal me atribui para este artigo. É chocante que após tantos casos indignos Cabrita permaneça em funções, o que confirma a sensação de inimputabilidade reinante no Partido Socialista. É que o problema principal está longe de ser Eduardo Cabrita. Não sou dos que assumem a teoria que ele se mantém no governo só para servir de para-raios ao primeiro-ministro. O problema é endémico no PS, partido que tem como lema L'état c'est moi. Eles acreditam mesmo que estão acima das pessoas, acima do Estado, e que este apenas funciona como instrumento ao serviço dos seus intuitos partidários. Todos os episódios em que Cabrita se viu envolvido são "apenas" uma normalidade para o PS. Se assim não fosse, não haveria vários outros casos bem reveladores da vocação do PS para assaltar o poder e ali estender os seus tentáculos.

https://www.dn.pt/opiniao/teoria-geral-do-cabritismo--13997280.html