A minha Lista de blogues

sábado, abril 30, 2022

A Universidade Capturada Pelo Poder Político

 


Quando a Universidade bate no fundo. Confesso que sempre fiquei com a sensação que o fantasma de José Sócrates este presente no meu júri de doutoramento. Só o fato de me permitir pensar isto deixa-me enjoado (senão enojado) com o estado a que a Universidade portuguesa chegou. É claro que se deve separar o trigo do joio e que não se deve tomar a árvore pela floresta mas era bom que as instituições universitárias reajam a isto, porque é absolutamente inadmissível. A autonomia universitária já está castrada pelo capitalismo académico, se ficar castrada pelo poder político, então é melhor dizer adeus à ideia fundacional da Universidade. Não lhe chamem universidade, chamem-lhe outra coisa quaisquer. Ali pelo ISCTE andam urgentemente a precisar de ler o célebre texto de Max Weber sobre o sábio e o político porque aparentemente parece que o desconhecem.

quinta-feira, abril 28, 2022

Língua Da Sogra

É a chamada "língua da sogra". Por agora a "língua do sogro" escapou à recomendação Papal. Será isto preconceito de género do mais alto representante da Igreja Católica? (PS: Todos os seres humanos erram e este que tem sido um extraordinário Papa para além de filho de Deus é igual ao comum dos mortais na terra e por isso mesmo também tem direito a errar).

https://observador.pt/2022/04/27/papa-francisco-diz-que-sogras-devem-ter-cuidado-com-a-lingua/

quarta-feira, abril 27, 2022

O Ditador Bárbaro Vai Nu

 

O ditador bárbaro vai nu. Foto histórica para a posteridade.

domingo, abril 24, 2022

24 De Abril De 2022

Sobre as máscaras. Lido na internet e dito por uma professora Norte-Americana. Foi mais ou menos assim. "A liberdade de escolha de uns acaba quando a sua liberdade põe em causa a saúde (e acrescento eu, a probabilidade de morte) dos outros". Não podia estar mais de acordo. Mas em tempos de egocentrismos ultra-exarcebados e de uma crise de solidariedades a uma escala nunca vista, o apelo neoliberal "à responsabilidade individual" como modo de gestão política e de governamentalização dos corpos, tem tudo para triunfar. E o Governo do Dr. Costa sabe bem que este apelo governamental à responsabilização individual tem como seu corolário a desresponsabilização coletiva, e logo, política. Não me perguntem porquê mas este ano não me apetece festejar o 25 de Abril.

Do Zé Povinho Ao Zé Parvinho, O Mundo Em Mudança

Isto agora está difícil. As categorias de entendimento dos "desmascarados" não lhes permitem perceber que os mascarados têm o direito a não querer ser contagiados com a Covid-19 e a partilharem o mesmo estado de felicidade desta magnifica libertação. No mesmo dia que assinou o decreto do fim do uso das máscaras obrigatórias para a populaça em geral, o senhor Primeiro-Ministro António Costa diz que "optou" por continuar a utilizar a máscara por precaução. Boa parte dos portugueses, muitos da Maria Absoluta, não vê nenhuma contrariedade nisto. Rafael Bordalo Pinheiro, o extraordinário criador do Zé Povinho se estivesse vivo nos tempos de hoje teria provavelmente criado a figura do "Zé Parvinho". O Governo e o Partido Socialista decretaram o fim da pandemia, a pandemia acabou por decreto e vontade governamental. Palminhas à janela. Vai correr tudo bem!

quinta-feira, abril 21, 2022

Sobre Zelenski E O Sectarismo Ideológico De Esquerda

No dia em que o Presidente ucraniano discursa na Assembleia da República de Portugal (com a ausência do PCP), o Público faz sair a opinião de dois reputados académicos e intelectuais portugueses que se demarcam claramente dos discursos repugnantes das esquerdas sectárias sobre a invasão bárbara Russa à Ucrânia. Vale a pena ler no Público em suporte papel de hoje. Fica-se com a ideia que os dois autores do artigo sentiram a necessidade de se demarcar da indecência das opiniões dominantes das esquerdas no espaço mediático sobre a chacina Russa. PCP e Bloco de Esquerda já estão no abismo e caminham alegremente para o suicídio. Faça-lhes justiça nos próximos actos eleitorais.

https://www.publico.pt/2022/04/21/opiniao/opiniao/nostalgia-ocidentalofobia-2002886?fbclid=IwAR25iIqqZaFUuTsq7z8OMB-lGb5X8pFEkL63uiwaVO9vzL3_MS9VCpdTKXs

quarta-feira, abril 20, 2022

Viver Habitualmente

Enquanto os Boys do Partido Socialista se apoderaram de Portugal (desta vez com maioria absoluta e eleitos democraticamente, diga-se de passagem) canibalizando através de uma poderosa rede nepotista uma quaisquer ideia de futuro, o país anestesiado já nem reage a notícias como estas em baixo, em que os enfermeiros entregam as fardas à administração do CHUA (administração essa por sua vez enxameada de boys e familiares das gentes do PS). No sistema de educação pública dezenas de milhares de alunos estão sem professores. A pobreza e a miséria e as desigualdades alastram a olhos vistos. A economia estagna apodrecendo a sociedade e as oportunidades de vida dos indivíduos e das suas famílias (sobretudo daqueles que não têm ligação ao Partido Socialista) são uma miragem. Num país sem capacidade de fazer futuro, viver habitualmente, pobres e já nem sequer honrados, à espera de cada dia que passe. É isto. Portugal 2022, depois da Troika, com dois anos de pandemia e com uma guerra na Europa. O país desfalece e segue, em modo propaganda, no país (rosa) das maravilhas. Até um dia.

https://regiao-sul.pt/2022/04/19/saude/portimao-enfermeiros-vao-entregar-as-fardas-a-administracao-do-chua/578066

terça-feira, abril 19, 2022

Máscaras Nas Escolas E Disparates De Senso Comum, Lima E Ascensão, Ascensão E Lima

Quando se sabe que a Covid-19 continua aí em força, apesar de ter sido substituída pela guerra no espaço mediático, os representantes dos directores de escolas e das associações de pais continuam a debitar disparates para libertar o uso da máscaras nas salas de aulas, como se a pandemia já fosse coisa do passado. Estas almas inchadas de egos hiper-individualistas esquecem que há professores que têm doenças de risco, assim como existem alunos com doenças de risco que de outra forma terão que deixar de ir à escola para não colocarem as suas vidas em perigo. Filinto Lima, o boy do PS (estão por todo o lado) que é representante dos directores de escolas chegou esta semana a fazer a comparação entre os restaurantes (onde se come sem máscaras) e a sala de aula, onde os alunos são obrigados a utilizar máscara. Talvez Filinto Lima tenha imaginado os indivíduos e as suas famílias a almoçar e jantar no restaurante de máscara, mas ainda não chegámos a esse ponto. Com a evidência científica que temos hoje de que as escolas são focos importantes de contágio talvez fosse bom o Dr. Filinto Lima voltar aos bancos das salas de aulas. Senão como professor (que isso duvido que o faça) pelo menos como aluno, para ver se aprendia alguma coisa de jeito que lhe impeça de debitar preconceitos de senso comum a toda a hora que só confundem os pais, os alunos e as famílias. Ninguém o manda para a reforma?

https://www.jn.pt/nacional/videos/comentario-jn-dois-pesos-e-duas-medidas-quanto-ao-uso-de-mascara-nas-escolas-14782459.html

sexta-feira, abril 15, 2022

15 de Abril de 2022

15 de Abril de 2022. É só para dizer duas coisas. Uma coisa é dizer que foi preciso chegar aos 52 para fazer anos num dia Santo. A outra coisa é que este ano a Mãe Soberana aliou-se ao dia do trabalhador (1 de Maio) no dia da Festa Grande. Ou os católicos converteram-se ao marxismo, ou os marxistas converteram-se à religião católica. Nos tempos que correm, estou mais inclinado para a segunda hipótese. Boa Pascoa!



quarta-feira, abril 06, 2022

E No Princípio Era A Pergunta: Para Que Serve A Universidade?

 A universidade alienada

"Um destes dias deparei-me com um post no Facebook de umas colegas, professoras universitárias, que se congratulavam por terem finalmente conseguido publicar um artigo numa revista consagrada com um alto fator de impacto. O seu júbilo era proporcional à crença que os universitários depositam nos mecanismos de mercantilização do saber. As revistas e as suas editoras são um negócio de muitos milhões que se alimenta do reconhecimento generalizado de que o conhecimento aí publicado multiplica milagrosamente o seu valor no mercado, independentemente da sua qualidade. 

Por outras palavras, a qualidade é tão só o estar publicado com aquela referência. Antes de publicado, é um não-saber; depois de dado à estampa transmuta-se em algo sagrado. Para esse efeito, criaram-se complexos mecanismos, uns explícitos outros ocultos. No primeiro caso encontramos os ritualizados processos de revisão cega por pares (sacerdotes da imparcialidade), de tal maneira que conseguir o aval final significa percorrer uma via sacra de revisões sucessivas (no caso do artigo não ser de imediato eliminado), numa espécie de corrida contra o tempo (importa que o “produto” saia na altura certa para contar para um concurso ou uma avaliação de desempenho, onde geralmente não são lidos, mas apenas contabilizados numa hierarquia que corresponde ao ranking da “marca” que os publicou). 

Além desses critérios manifestos, jogam-se outros, de cariz subterrâneo: é preciso escrever de uma determinada maneira, adestrada para ser tida como legítima; repetir o que outros já disseram, se tidos como autoridades no domínio em questão ou criticar os que, à luz da última moda, caíram em desgraça; citar amigos para forjar alianças, evitando futuras desavenças e mostrar mestria na langue de bois, essa performance linguística da duplicidade que consiste em evitar o dissenso e o debate pela instalação no cliché e no conformismo.

Publicar ou perecer, dir-se-ia, publicar para não se esquecerem de nós, para impressionar os júris, as agências de avaliação, os colegas, os superiores hierárquicos; publicar, sobretudo, para não ser desclassificado. O que se escreve conta pouco, pois o fetichismo (do português feitiço) da marca (o contentor, o invólucro) dita as suas leis. Assim, os artigos são coisas que, uma vez valorizadas, permitem comparar e medir os seus autores independentemente da qualidade intrínseca do seu pensamento. Sendo uma mercadoria, tais “produtos” regem, tal como Marx o analisou, as relações entre as pessoas como uma relação entre coisas (valho mais do que tu porque tenho mais artigos em revistas com alto fator de impacto)

Se se quiser demorar, maturar ideias, experimentar argumentos e escrever um livro, corre-se o risco de passar por tolo. Por isso, a publicação em livros, mesmo em ciências sociais, tende a tornar-se um ato de resistência, uma espécie de statement político, geralmente reservado a uma aristocracia (na qual me incluo) que já fez a sua progressão na carreira e que, se não estiver imersa na gestão do dia-a-dia burocrático e possuir ainda um pingo de lucidez no seu cérebro esmigalhado, aí investe o que lhe resta do seu labor crítico.

As universidades e centros de pesquisa que congregam mais professores e investigadores que publicam muito no olimpo das editoras obterão melhores classificações que, por intermédio do marketing do já instalado capitalismo universitário, captarão mais estudantes, crentes na conversão virtuosa do seu investimento escolar em bons postos de trabalho, uns pontos acima do que David Graebe apelidou de bullshit jobs.

As questões fundadoras (” conhecimento para quê”? “conhecimento para quem?”) tornam-se obsoletas. Por isso, afirmo que a crise da Universidade é hoje uma crise de sentido e de relevância. Sob as lápides dos seus sofredores professores há-de escrever-se: aqui descansa em paz quem publicou X artigos em revistas de impacto; correu como um louco; foi competitivo como poucos. O que escreveu faz-lhe companhia, na mesma sepultura."

A ler: Michael Burawoy, Public Sociology, Cambridge, Polity Press, 2021David Graeber, Bullshit Jobs, New York : Simon & Schuster, 2018

Texto de João Teixeira Lopes

https://gerador.eu/a-universidade-alienada/?fbclid=IwAR3cRYhHnJlSurfiC7Y_GW9nDxMJsVUaN8wpNjkzjg4qAbP9BRkNn6CrNSA

sábado, abril 02, 2022

Hospital de Faro (CHUA) Bombardeado Pelo Governo Socialista

E é isto. A Rússia bombardeia a Ucrânia há uns poucos meses e o Governo Socialista do Dr. Costa bombardeia o Hospital Distrital de Faro (CHUA) há meia dúzia de anos. Há várias formas de destruir um país. Uma delas é destruindo cidades inteiras com mísseis e bombas, outra delas é o desleixo, a incompetência e a incapacidade da ação governativa. O Diretor Clínico do hospital diz que os serviços estão a funcionar "normalmente". Não sei se isto não é mais uma das várias formas em que se pode manifestar o colaboracionismo de Vichy. Já passou todos os limites do aceitável aquilo que se está a passar no Hospital da capital do Algarve.

https://regiao-sul.pt/2022/04/02/algarve-na-tv/cnn-falta-de-medicos-condiciona-urgencia-pediatrica-de-faro-ha-mais-de-um-mes-e-continua/575977