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terça-feira, abril 11, 2023

T(R)APALHADA, ASCO E MORTE DA DEMOCRACIA PORTUGUESA

"Sejamos honestos: - se o primeiro-ministro português se chamasse Pedro Santana Lopes, o Presidente da República estaria neste momento a preparar a queda do Governo e a dissolução do Parlamento. Dispenso essa dissolução, porque o PS deve, por uma vez, beber o cálice até ao fim.

Mas o conjunto de trapalhadas desta maioria absoluta, que tem apenas – convém recordar – um ano de vida, atingiu níveis inenarráveis de aldrabice, abuso de poder e incompetência. Eu já esperava que a comissão de inquérito à TAP revelasse jogadas de bastidores e golpadas políticas em barda.

Mas, confesso, que não estava preparado para este Evereste de trafulhices, asco e promiscuidade. O espaço desta página não chega para descrever as inúmeras barbaridades que ouvimos na passada terça-feira. Mas posso resumi-las em duas palavras: - todos mentiram. Christine Ourmières-Widener não dava um passo na TAP sem o Ministério das Infra-estruturas ser informado.

A CEO disse no Parlamento que “não estava à espera de tão alta pressão política” e que ela impediu a TAP de “concentrar-se no seu negócio”. O menor vestígio de independência na sua actuação era alvo de raspanetes por parte do secretário de Estado das Infra-estruturas. “Christine, outra vez”, escreveu:
-Hugo Mendes, exasperado, “TODAS as questões relacionadas com o Governo devem ser encaminhadas através de nós.

A TAP é a única empresa que se comporta assim.
Não há ligações directas entre a TAP e outros ministérios.”
Hugo Mendes é a caricatura do boy socialista: licenciado em Sociologia pelo Iscte (claro);
- assessor da ministra da Educação entre 2006 e 2009;
- adjunto do secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro entre 2009 e 2011; - assessor do Grupo Parlamentar do PS entre 2011 e 2015;
- adjunto do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares entre 2015 e 2019;
- chefe de gabinete do ministro das Infra-estruturas entre 2019 e 2020; -secretário de Estado entre 2020 e 2022.

Na expressão “secretário de Estado”, a palavra a reter é “secretário” – o secretário de Pedro Nuno Santos. Informava Pedro Nuno de tudo e aprovou tudo com a bênção de Pedro Nuno.
Hugo Mendes chegou a este ponto inconcebível:
- após o indigno comunicado conjunto dos ministérios das Finanças e das Infra-estruturas de 26 de Dezembro de 2022, no qual era exigido à TAP esclarecimentos sobre a indemnização a Alexandra Reis, Hugo Mendes convocou uma reunião com a CEO da companhia para redigir o esclarecimento por si exigido.

Vale a pena repetir:
-o Ministério das Infra-estruturas não sabia de nada à hora do almoço e, ao final da tarde, o secretário de Estado estava a ajudar a administração da TAP a responder àquilo que era suposto ele não saber.
Percebem o asco? Então agora juntem-lhe a promiscuidade das reuniões promovidas por assessores do Governo e deputados do PS para instruir o depoimento de Christine Widener em vésperas de audição parlamentar. Acrescentem as mentiras do CFO da TAP. Somem os fretes do inspector-geral das Finanças (onde ninguém fala inglês) ao patrão.

Adicionem o marido da CEO a querer vender equipamentos à companhia gerida pela mulher. Completem com o voo comercial de Maputo que Hugo Mendes quis alterar para dar graxa ao Presidente da República, porque ele é o “principal aliado político” do PS e, “se o humor dele mudar, tudo se perde”. Este é o estado miserável do país. Este é o estado miserável do PS. A TAP devia oferecer um bilhete de avião a cada português, para podermos fugir daqui para fora.

https://www.publico.pt/2023/04/06/opiniao/opiniao/tap-t-trafulhices-asco-p-promiscuidade-2045173

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