Aconteceu-me hoje. Toca o telemóvel. Oiço uma voz do outro lado. É dos serviços farmacêuticos do IPO de Lisboa. É para o informar que devido a uma redução significativa de pessoal deixámos de enviar os medicamentos para a zona de residência dos doentes. Para quem não sabe, a minha residência é em Loulé. A voz do outro lado continua a falar, terá que ir ao bombeiros que fazem esse serviço ou pedir a algum familiar ou alguém que conheça para vir levantar a medicação e enviar-lha. Não tenho familiares em Lisboa nem conheço ninguém que possa ir ao IPO fazer este levantamento. Segui a recomendação da farmácia e fui aos Bombeiros Municipais de Loulé. Não fazem este serviço. Perguntei quem o faria. Ninguém. Não sei do porquê da Farmácia do IPO me terem mandado para os bombeiros. Nos bombeiros, a senhora da recepção tentou ajudar, telefonou para aqui e para ali, nada. Tem que se desenrascar por conta própria. O medicamento é essencial à qualidade de vida do meu filho e à sua sobrevivência diária. Estou a tentar-me desenrascar a telefonar para aqui e para ali. Fomos abandonados e desprezados pelo Estado Português. O Dr. Manuel Pizarro fala, fala, mas não faz nada. O Algarve é uma região falhada. Portugal é um país falhado. Se não me desenrascar, mais não sobra do que ir a Lisboa e voltar, de propósito, para ir buscar a medicação, gastar perto de 100 euros e perder um dia de trabalho. Não dá gosto viver em Portugal. Estamos ao nível do Terceiro Mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário