Exmos Senhores Jornalistas,
Como encarregado de educação de um aluno da turma 11 F, da Escola Secundária de Loulé, venho por este meio tornar pública a carta aberta (em baixo) dirigida à Delegada de Saúde da Região do Algarve, Dr. Ana Cristina Guerreiro, e denunciar a manifesta insuficiência da política de testagem na escolas do Concelho de Loulé, o que coloca em risco as crianças e os jovens alunos assim como os seus familiares. Acrescento também que o meu filho é doente oncológico, estando heroicamente a frequentar a escola presencialmente em tempos de pandemia, arriscando a sua vida, ao mesmo tempo que se assiste ao laxismo na ausência de testagem dos alunos das turmas, num caso em que o pai da jovem que está infectada na turma, acaba de falecer de Covid19, na sequência do contágio familiar. A minha denúncia e indignação é também com todo o secretismo e ausência de informação e transparência que a senhora Delegada de Saúde coloca na gestão destas situações, o que faz minar ainda mais a confiança dos pais na segurança dos seus filhos na frequência da escola. Deixo também a pergunta, se esta situação fosse com um filho da Senhora Delegada de Saúde, com um filho do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Loulé, ou com o filho de algum distinto militante socialista, se a turma já não tinha sido testada. Mais informo que se a turma não for testada dentro dos próximos dias vou avançar com protestos contra o laxismo na política de testagem nas escolas, em frente à Câmara Municipal de Loulé.
CARTA ABERTA À DELEGADA DE SAÚDE REGIONAL DO ALGARVE
Dr. Ana Cristina Guerreiro
Exma Senhora Delegada de Saúde Regional do Algarve,
Venho por este meio expor o caso que se está a passar na turma do meu filho, no 11º ano, na Escola Secundária de Loulé,
Uma colega de turma foi infectada com Covid19 e testou positivo. Foi colocada em isolamento. Em casa já aconteceu uma tragédia familiar. Na escola, esta aluna esteve em contacto com os colegas de turma, tendo inclusivamente feito aula de Educação Física na piscina interna de Loulé, sem máscara, onde estiveram a nadar e partilharam os balneários. Até ao momento a senhora Delegada Regional de Saúde não deu sinais de vida, não fazendo qualquer esclarecimento sobre o caso e muito menos decidiu testar os alunos da turma. Considero esta questão de extrema gravidade, a roçar uma actuação irresponsável e negligente e não se percebe porque não decidiu já testar com a maior rapidez os alunos e os seus professores. Não sei se sabe, mas se não sabe eu informo-a, que infelizmente já há uma vítima mortal na cadeia de contágio da aluna infectada. É óbvio que o princípio da precaução já teria feito com que a senhora Delegada de Saúde tivesse avançado com urgência para a testagem, de modo a tranquilizar os pais dos alunos e a garantir que os nossos filhos podem frequentar a escola com o mínimo de segurança. Não sei o que está na base desta actuação. Se a senhora Delegada de Saúde Regional anda distraída, se tem mais que fazer, se não tem meios de testagem e a situação está fora de controlo ou se tem orientações políticas para testar o mínimo possível por razões que lá saberá. Como pai de um aluno da turma em causa considero um comportamento altamente irresponsável a inércia face à testagem num caso destes. Não inspira confiança. Não dá segurança. Não é uma actuação adulta e responsável. Tendo o concelho de Loulé no actual contexto mais de 700 casos por 100000 habitantes, francamente, não se percebe do que está à espera.
Loulé, 30 de Novembro de 2021
João Eduardo Martins
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