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domingo, dezembro 13, 2020

A Fábula Do Ministro Cabrita

"O caso de Cabrita é o do Sapo. Na fábula de Esopo, o anfíbio encheu-se de invídia e altivez, quis ser o Dono do Mundo, insuflando-se até estourar. Não fiquem admirados, portanto, de ver o Cabrita-Sapo a dizer que ele próprio é a vítima da situação do ucraniano espancado até à morte sob a sua responsabilidade política. Há muito que este Ministro vem ganhando pança e perdendo tino. Só para falar dos casos mais recentes, recorde-se o grave sumiço de autoridade relativamente às polícias, o caso das golas inflamáveis e o violento despejo do prédio em Arroios. Tudo tortura à democracia e aos direitos humanos em plena luz do dia como se de um batráquio inimputável se tratasse. Pior: o caso deste socialista (que já era secretário de estado no século passado e que nada mais tem feito do que passar de deputado a ministro e de ministro a deputado) é apenas um exemplo daquilo em que adveio o nosso regime: uma república composta por governantes que se arrastam na coisa pública durante décadas, estuprando a própria essência de democracia ou tornando-a rançosa, e que se deslumbram com o poder, julgando-se acima dos mortais, inchando-se, enfunando-se. É verdade que de vez em quando espatifam-se a eles próprios, como na moral do Grego. O problema é que, invariavelmente, rebentam connosco."

Por Joana Amaral Dias, aqui:

https://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/joana-amaral-dias/detalhe/sef-se-quem-puder?ref=Opini%C3%A3o_DestaquesPrincipais&fbclid=IwAR0bpAlUls2BX6uiOtaekQk5ePvew4nXKiSHeX-P2s3QZdLETPCcRmRmpWw

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