A primeira vigília levada a cabo ontem dia 13 de Dezembro à porta da Câmara Municipal de Loulé contra o envio dos doentes com cancro do Algarve para tratamento em território estrangeiro, em Espanha, foi muito interessante por permitiu comprovar várias coisas. A primeira delas é que a expulsão dos doentes com cancro do Algarve para tratamento em Espanha não é uma mera decisão do Conselho de Administração do CHUA e da sua Presidente do Conselho de Administração Ana Vargues Gomes, nora de Isilda Gomes, a socialista Presidente da Câmara Municipal de Portimão e do Diretor Clínico, Horácio Guerreiro. O silêncio repugnante do Partido Socialista sobre este assunto, faz-nos perceber que esta é uma decisão claramente assumida pelo Governo Socialista do Dr. Costa que em nome da redução da dívida pública não teve qualquer problema em enviar os doentes com cancro do Algarve para tratamento a centenas de quilómetros da sua área de residência numa empresa privada de saúde. A situação é de uma enorme gravidade porque para além do abandono do Estado e do Governo Socialista dos doentes com cancro, ao decidir do destino do tratamento dos doentes oncológicos e tendo uma alternativa no sector privado em Faro, o Governo Socialista através de uma decisão do CHUA não teve o menor problema moral em enxutar os doentes para longe da vista que o mesmo é dizer longe do coração. A indiferença, o desprezo, a agressividade e a repressão com que fomos recebidos à porta da Câmara Municipal de Loulé pelo executivo do socialista Vítor Aleixo só confirma esta defesa acérrima do Partido Socialista de uma decisão que foi tomada de forma clara e consciente e que agora perante os protestos populares e a indignação pública que desde logo a intenção de enviar os doentes para Espanha para fazer radioterapia gerou, é preciso proteger a todo o custo a nora da Dr. Isilda Gomes e atual Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Faro (CHUA) Ana Vargues Gomes, que está demissionária, mas a quem o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, já deu sinais de estar a assobiar para o lado em relação ao seu pedido de demissão. Apareceram muito poucas pessoas na vigília em Loulé, por diversas razões, estava um dia de temporal enorme, a hora não era a melhor, a cidadania de baixa intensidade dos portugueses não ajuda, a cidadania no Algarve anda pelas ruas da amargura e o factor mais importante, a doença cancro, é uma doença dos outros, que só acorda o comum dos cidadãos quando a doença lhe bate à porta ou aos seus familiares. Um jornalista da Lusa presente no local, fez a pergunta típica dos jornalistas quando estão mais ou menos comprometidos com o poder. O que falhou para não haver adesão da população à vigília de protesto? O senhor jornalista quereria certamente milhares de doentes com cancro em protesto à porta da Câmara Municipal de Loulé pelo fato de terem sido abandonados pelo Estado e pelo Governo português e repatriados para Espanha às mãos de uma empresa privada. É não perceber nada do que se está a passar.
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