O que impressiona nos atletas portugueses medalhados nos Jogos Olímpicos do Japão é percebermos que se tratam de pessoas que entregues mais ou menos à sua própria sorte, conseguiram atingir marcas mundiais que os colocam entre os melhores do mundo. Ao mesmo tempo, é muito evidente a falta de apoios estruturais que façam produzir "naturalmente" atletas capazes de dignificar o nosso país. A futebolização do desporto nacional e a ausência clara de uma política para o desporto nacional é aquilo que as magníficas participações de atletas como Jorge Fonseca (uma história de vida admirável), Patrícia Mamona ou Pedro Pichardo (a quem o nosso país deu exílio) põem a nu. Impressiona pelo verdadeira concepção de mérito que estas estórias desportivas nos contam (não encontro melhor definição para a palavra mérito) mas impressiona igualmente o abandono político a que as modalidades estão sujeitas. Abandono político esse, sob a batuta dos actores políticos que são sempre os primeiros a pôr-se em bicos de pés quando as medalhas olímpicas chegam.
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