No país dos três F, Futebol, Fado e Fátima, onde o governo português gasta milhões do erário público para trazer o Papa a Portugal, o Papa vem defender o ambiente, a natureza e as alterações climáticas, enquanto o governo português manda abater 1821 sobreiros para favorecer as negociatas da EDP. O Papa vem elogiar os professores enquanto a dupla Costa & Marcelo enxovalham os professores todos os dias. O Papa vem apelar à igualdade entre todos os seres humanos enquanto as aldeias do interior ardem sem a presença de um único bombeiro com uma jovem (ironia do destino) a apagar os fogos com baldes a pedir para as televisões que os governantes não se esqueçam do interior. Para além da propaganda cristã, de uma alegria líquida, fabricada em direto e ofensiva para boa parte dos portugueses cujo salário não chega ao fim do mês, do aproveitamento político indecente do Governo, do Moedas e do Marcelo das Selfies de um evento religioso, o que justifica o dinheiro que um Estado laico injetou massivamente nos interesses da Igreja Católica? Com um país com serviços públicos em ruínas, o que justifica esta euforia do pessoal político de um regime republicano, supostamente democrático e laico? Dizia Marx que a religião é o ópio do povo, por estes dias até os mais fervorosos comunistas estão alienados pela força mediática da festa.
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