O que impressiona (exceptuando a luta dos professores) é a quietude das classes (ainda?) médias e a forma como se deixaram adormecer sem quaisquer vislumbre de luta social, enquanto o governo entoa loas a um crescimento económico que só existe nos números da estatística e na cabeça dos socialistas e dos governantes. Enquanto em França, se luta de forma brava e de cabeça erguida contra o aumento da idade de reforma, algo que só vai prejudicar a maior parte da população no futuro, em Portugal os salários médios colaram quase aos salários mínimos, num geral e abrupto empobrecimento da população. Já quanto aos altamente escolarizados, para além de mal pagos, precários e agora desempregados, também foram iludidos pelo discurso meritocrático centrado nas virtudes da competição individual. Resumindo, mal pagos, à beira da pobreza e meio analfabetos políticos, que é o pior dos tipos de analfabetismo. Talvez se se trocassem algumas das muitas cadeiras que por aí pululam nas universidades, pela leitura obrigatória da obra de Eça de Queiroz, tivéssemos mais gente nas ruas a lutar pela vida. Assim temos a Maria Absoluta em vez da Catarina Eufémia. Habituem-se, assim disse o outro!
https://eco.sapo.pt/2023/05/11/emprego-de-licenciados-com-destruicao-recorde/
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