Depois de ter sido objecto de múltiplas críticas vindas de todos os quadrantes, a economista Susana Peralta volta à carga com a necessidade de tributar a "burguesia do teletrabalho". Ora o problema do argumentário de Susana Peralta é precisamente um problema de deformação profissional e de incompetência científica. Sem a leitura de Marx e dos neomarxistas e de uma entrada pela teoria das classes sociais, Susana Peralta nunca vai dar conta da imprecisão do termo que usa "burguesia do teletrabalho" e de perceber como amalgama uma diversidade de situações, as mais díspares, que podem ir da pequena burguesia à burguesia, com posições, estatutos e rendimentos muito diferenciados. À economista Peralta falta portanto, cultura sociológica, o que aliás, a própria refere como não querendo entrar nesse debate. É pena, porque era fundamental para não reproduzir ideias disparatadas assentes em mau senso comum e sem instrumentos teóricos claros não há análise empírica que resista à má cientificidade.
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