Tempos estranhos estes. A praia de Quarteira é por estes dias uma das sete maravilhas do mundo. Água do mar quentinha quanto baste, boa qualidade da areia e do mobiliário urbano, sem as massas humanas amontoadas de outros tempos, com lugar para estacionar à primeira e uma tranquilidade aconchegante. Um paraíso não reconhecido. No início do mês de Agosto reinam os paradoxos como sempre reinaram. O Estádio do Algarve enche de vermelho para ver o Benfica perder enquanto os comerciantes se queixam da falta de clientes e turistas. Noutro plano a tranquilidade local confronta-se com a agitação mundial. O Irão prepara-se para atacar Israel, um pianista russo opositor de Putin morre na prisão (mais um), a Rússia continua a bombardear a Ucrânia e os mercados bolsistas ameaçam com uma nova crise mundial (Marx sabia-a toda como ninguém quando falava das crises cíclicas do capitalismo). Na saúde, uma grávida com aborto espontâneo vê-lhe recusada a entrada no Hospital das Caldas da Rainha, com o feto dentro de um saco de plástico e as urgências intermitentes fecham portas aos utentes do Sistema Nacional de Saúde, enquanto ao mesmo tempo os mercenários "tarefeiros" se desmultiplicam na caça ao dinheiro da doença. Amanhã vou andar de escorrega no Algarve, às vezes não pensar, num mundo de loucos, ajuda...a manter a sanidade mental.
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