Primeira reunião de pais deste ano letivo na escola do meu filho mais novo, em Loulé. O que deveria ser um momento de motivação, satisfação, alegria a esperança, transformou-se num momento de frustração, zanga e raiva. A escola instituiu uma pedagogia do medo e da suspeição. Um horror pedagógico. À terceira vez que os alunos se esqueçam de passar o cartão à entrada e saída da escola, entra em ação a polícia através da Escola Segura. Da Escola Segura à proteção de menores vai um saltinho. Todo o regime disciplinar da escola é uma coisa assustadora assente numa concepção punitiva e jurídica da conduta social dos alunos. Já não é só a escola fábrica do século XIX no século XXI, é uma escola pré-moderna e medieval altamente concentrada no aparelho punitivo como forma de controlo social e disciplinar dos alunos. Estamos a falar de um Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP). O que quer dizer que a escola escolheu punir os pobres em vez de os incluir escolar e socialmente. Há um problema grave com o ensino básico e secundário na cidade de Loulé. A escola que deveria ser democrática e assegurar o sucesso escolar e a mobilidade social dos seus alunos é uma instância de reprodução e de repressão social que está ao serviço da manutenção do status quo e da divisão da sociedade em classes. Que ninguém no concelho de Loulé veja nisto um problema, é extraordinário.
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