O que é interessante no depoimento de Daniel Sampaio este fim-de-semana no Expresso, é percebermos como é que gente supostamente inteligente desvaloriza a perigosidade de uma doença que já matou três milhões de pessoas em todo o mundo e que vai deixar sequelas graves num número significativo de outras tantas. Uns muito preocupados com a performance do ensino à distância, secundarizam a doença, outros muito preocupados com a economia, esquecem que sem travar o contágio e a doença infeciosa, não há economia que resista, outros ainda são simplesmente imbecis com argumentos imbecis. O texto de Daniel Sampaio tem sobretudo o mérito de nos fazer perceber que mesmo uma elite bem pensante pode pensar da pior maneira, o que aliás o Holocausto Nazi já tinha demonstrado e Hannah Arendt põe em evidência com o conceito de banalidade do mal. Basta ver a posição sobre a pandemia de algumas figuras públicas como Joana Amaral Dias e Raquel Varela ou o inenarrável Daniel Oliveira, para percebermos que um umbigo do tamanho do mundo e um egocentrismo exacerbado pode fazer perder um mínimo de lucidez.
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